segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Rainha nova pelo correio

Há 20 anos, a Apta mantém um serviço postal que entrega abelhas em todo o país, para renovar as colmeias e aumentar a produtividade

por Mariana Caetano
Editora Globo 
Responsável pela postura de ovos e a manutenção da colmeia, a abelha rainha é a mais importante do enxame – e a que determina o nível de produtividade. No Brasil, as rainhas têm vida útil de cerca de um ano, bem mais curta do que na Europa, onde costumam avançar até os cinco anos. Isso acontece porque nosso clima tropical propicia a produção de mel o ano inteiro, o que acaba por debilitá-las. E, se o apicultor não fizer a troca, as próprias abelhas farão, mas a colmeia pode ser perdida, porque a escolhida pode não ser fecundada e interromper a atividade. “Por isso é preciso que o criador esteja atento ao manejo e busque constantemente ter uma rainha jovem e produtiva”, diz Maria Luisa Teles Marques Florêncio Alves, zootecnista e pesquisadora da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), instituto que, desde os anos 1980, envia pelo correio abelhas novinhas em folha para todo o país. 

Segundo Maria Luisa, a criação de rainhas é um segmento da cadeia apícola nos grandes produtores mundiais. Já no Brasil, que oferta em torno de 50 mil toneladas ao ano de mel e é o 11º no ranking de produção, essa prática não é muito comum. “Apostamos na técnica de substituição dessas abelhas porque sabemos que, com isso, os apiários têm condições de aumentar sensivelmente a produtividade”, explica. A estimativa é que a simples troca do inseto mãe promova um ganho de 20% a 40%. No caso de uma rainha melhorada geneticamente, esse número sobe para 40% a 50%. 

O criatório da Apta fica em Pindamonhangaba (SP) e vende por ano quase 2 mil rainhas a outras cidades paulistas e a estados como Espírito Santo e Santa Catarina. Para o transporte, foi desenvolvido um recipiente especial, com base na adaptação de uma gaiola tipo Benton, tradicionalmente usada na apicultura. A embalagem é feita de duas tiras de madeira, tendo o tamanho mínimo de um envelope pequeno (11 por 16 centímetros) e o máximo de um envelope padrão (25 por 30 centímetros), que unirão as gaiolas na parte superior e inferior, formando uma caixa. A rainha vai na companhia de seis operárias, que produzem a geleia real para alimentá-la, em um trajeto que pode durar até sete dias. “A mortalidade na viagem é mínima”, garante a pesquisadora. 

Como encomendar: tel. (12) 3642-7822 / e-mail: apicultura@apta.sp.gov.br

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