terça-feira, 15 de maio de 2012

Avião será usado para 'gerar chuvas artificiais' em regiões secas da Bahia

Aeronave percorrerá cidades da Chapada e do Sudoeste durante 12 horas. Medida será "projeto piloto" com custo inicial de R$ 200 mil.

Fonte : Tatiana Maria Dourado Do G1 BA
Nem o mandacaru, símbolo nordestino, está suportando a seca em Morpará (BA) (Foto: Glauco Araújo/G1)Cidades situadas na Chapada Diamantina e na região sudoeste devem ser contempladas com uma chuva forçada, provocada por indução artificial em nuvens, para aliviar os efeitos da seca que causam danos sociais e ambientais há meses no semiárido baiano. O estado possui, hoje, 236 cidades com situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional, das 417 existentes.
O responsável pela pasta da Seagri, Eduardo Salles, afirmou nesta terça-feira (15) que a medida será realizada em fase experimental, como "projeto piloto", ao custo de R$ 200 mil, com objetivo de gerar "alento" a curto prazo para a população desses locais.
 O planejamento é que um avião percorra por 12 horas cidades das regiões escolhidas. Se a técnica comprovar benefícios, já há perspectiva de ampliar o acordo com a empresa para atuação em outras regiões que formam o semiário da Bahia.A medida foi negociada entre a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado (Seagri), com consenso do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em reunião ocorrida na segunda-feira (14). O início do processo depende agora da assinatura do contrato com a empresa prestadora do serviço, a ModClima, prevista para acontecer nos próximos dias.
A aplicação resulta em chuva de pequena intensidade, mas que pode servir para umedecer o clima e o solo dessas localidades. "Não vai encher barragem e sim dar alento, umidade ao solo, o que é bom para a agropecuária e para o consumo humano. Não há expectativa de ver a barragem subir, por exemplo", explica. O efeito da precipitação seria maior, no entanto, se o teste fosse realizado até o mês de outubro, quando a formação das nuvens é mais madura. Por isso, a possibilidade apontada pela empresa ao governo é de 40% de sucesso."Na prática, um avião entra nas nuvens em potencial e as pulveriza com gotículas de água potável maiores que o vapor, o que faz elas incharem e a água cair. Tudo é correto em termos ambientais, não tem produtos químicos", explica o secretário.
De acordo com o secretário Eduardo Salles, as duas regiões iniciais foram definidas com base na abrangência imediata e por ter aeroportos para dar suporte à aeronave, no caso, em Ilhéus e Vitória da Conquista. "Na Chapada, temos a bacia do Paraguaçu, que abastece grandes cidades. E em Vitória, temos o problema grave de água para a própria sede, que tem 350 mil habitantes. Vamos tentar ajudar os agricultores e formar um potencial hídrico", acrescenta.

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