quinta-feira, 14 de julho de 2011

Investimentos no setor de fertilizantes devem superar US$ 12 bilhões


Aumento da demanda mundial por alimentos e necessidade de independência na produção de insumos estimula implantação de novos projetos pelo país

por Luciana Franco
Ernesto de Souza







No 1º Congresso Brasileiro de Fertilizantes realizado nesta terça-feira (12/7) em São Paulo ressaltou-se a necessidade de investimentos no mercado de fertilizantes para que o Brasil possa tanto atender a crescente demanda mundial de alimentos como ser mais independente na produção de insumos. Na avaliação de David Roquetti Filho, diretor executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos(Anda), a produção agrícola mundial está em linha com as estimativas da FAO/OCDE, que projeta um aumento de 70% na produção mundial de alimentos a fim de atender uma população estimada em 9 bilhões de pessoas até 2050. “O Brasil é o produtor agrícola com capacidade de mais rápido crescimento até 2019, e deve ampliar sua produção de alimentos em cerca de 40%", avalia Filho. 



Para João Eduardo Furtado, diretor da Elabora Consultoria e professor da USP, a crescente demanda de alimentos da China – e também da Índia - não deve se arrefecer nas próximas décadas e vai estimular tanto a produção de alimentos quanto a produção de matérias-primas, como a soja, que possam ser exportadas para estes países. “Existe demanda, mas não estou convencido de que o Brasil tem a consciência do que isso significa, portanto, acredito que a oferta de alimentos ainda é uma incógnita", avalia o professor, acrescentando que as forças da demanda mundial continuarão pressionando os mercados que necessitam de fertilizantes nos próximos 50 anos. 

Na avaliação do consultor Francisco Graziano, no entanto, o Brasil não está aproveitando adequadamente as oportunidades de crescimento mundial e está muito dependente da China. “Vamos assistir nas próximas décadas uma pressão imensa sobre os recursos naturais no momento em que se prenuncia um desastre ecológico. Teremos que aprender a produzir com responsabilidade ambiental num momento em que a pressão por alimentos é muito forte”, avalia o ex-secretario de Agricultura do estado de São Paulo. 

Com o cenário de demanda por alimentos já desenhado até 2050, as empresas traçam seus projetos de aumento da produção de fertilizantes. Até 2015 mais de US$ 12 bilhões serão investidos no Brasil. Na avaliação do diretor titular doDepartamento de Agronegócio e vice-presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, o investimento na produção interna é uma questão muito séria. “Precisamos ter um pouco de independência neste setor. O aumento de consumo até 2025 será muito grande, de maneira que atingir a auto-suficiência será muito difícil, mas se chegarmos, nos principais nutrientes, em 60% e 65% está muito bom”, avalia Ferreira.

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