Cerca de 40% da área cultivada na região foi atingida pelas enchentes registradas nos últimos dias
por Luciana Franco
O atraso na distribuição do produto, consequência das fortes chuvas que afetaram as lavouras de banana, pode impactar nos preços da fruta ao consumidor final
Desde o início da semana municípios do Vale do Ribeira – que concentra a produção nacional de bananas – estão sofrendo com as enchentes que assolam a região. “É a segunda maior cheia da história na região e ela já atingiu as cidades de Eldorado, Sete Barras e Registro”, diz Luiz Antonio de Campos Penteado, diretor da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão vinculado a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Governo do Estado de São Paulo.
As águas deixaram submersos entre 13 e 15 mil hectares de bananas e podem causar impacto na produção local, estimada em 1 milhão de toneladas da fruta para este ano. Os danos ainda estão sendo avaliados, mas já se sabe que as lavouras invadidas pela enchente são as mais produtivas, com produtividade média de cerca de 45 toneladas por hectare/ano. Nas áreas mais altas a produtividade se situa em 25 toneladas por hectare.
“Em Eldorado a água já começou a baixar, mas em Sete Barras ainda está tudo alagado. E nesta quinta (04/08) a enchente chegou a Registro”, conta Penteado. Se a água baixar logo os danos serão pequenos, “mas estamos observando que há deposição de lama, em alguns casos, de até um metro nas árvores”, avalia Penteado.
Além disso, a força da água pode derrubar algumas plantas e apodrecer a raiz após 36 horas de submersão. Caso a área seja seriamente comprometida, Penteado calcula que serão gastos cerca de 2 anos na recomposição do bananal afetado. “A vantagem dessa enchente que ela está acontecendo no inverno e o sol não está forte a ponto de queimar as árvores como já aconteceu em anos anteriores”, afirma o diretor da CATI.
Ainda que os prejuízos nas lavouras sejam incertos, a distribuição já foi afetada, uma vez que parte da colheita foi interrompida. “Haverá um atraso de 10 dias no escoamento da safra”, diz Penteado. O atraso pode impactar nos preços da fruta ao consumidor final.
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