segunda-feira, 4 de março de 2013

Pulverização agrícola: saiba mais sobre esse método de controle de pragas e doenças

Qualquer que seja o tamanho da área cultivada, seja em pequenas, médias ou grandes propriedades rurais, o agricultor vai necessitar fazer aplicação de algum tipo de agrotóxico

Por Silvana Teixeira

PULVERIZAÇÃO AGRÍCOLA
A aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras, com o auxílio do pulverizador, é de fundamental importância para a agricultura
A aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras, com o auxílio do pulverizador, é de fundamental importância para a agricultura, já que é através deste equipamento que se consegue fazer o controle de pragas e doenças, tornando viável a produção agrícola.

Qualquer que seja o tamanho da área cultivada, seja em pequenas, médias ou grandes propriedades rurais, o agricultor vai necessitar fazer aplicação de algum tipo de agrotóxico, pois é quase impossível que, durante o ciclo de produção, a cultura não seja atacada por doenças, pragas e plantas invasoras.

Os produtos químicos destinados a fazer controle de plantas invasoras, e doenças, são comercializados de forma concentrada o que faz, ser necessária, a diluição em água. Nesses casos, normalmente, são utilizados os pulverizadores que fragmentam o líquido em gotas de diâmetro maior que 150 microns.
No caso das pequenas propriedades rurais, a pulverização pode ser feita satisfatoriamente pelos pulverizadores costais. No entanto, não se pode deixar de considerar outros meios de pulverização das lavouras.
Em se tratando de pulverizadores hidráulicos, com fluxo de ar tracionados, a tração pode ser feita por tratores ou animais. No caso do uso animal, há necessidade de um motor estacionário que faça funcionar a bomba e o ventilador. Por outo lado, caso a tração seja realizada por tratores, é recomendável que o acionamento seja feito pela tomada de força, para se evitar gastos com dois motores: o do trator e do pulverizador.
PULVERIZAÇÃO AGRÍCOLA
Os pulverizadores são constituídos por um depósito de material não corrosivo, uma barra onde estão localizados os bicos de pulverização, e uma bomba
A bomba é a responsável por conduzir a calda do depósito até os bicos pulverizadores, sob pressão, para ser aplicado com eficiência na cultura.
O produto químico, em pó solúvel, ou de forma líquida, quando diluído em água e colocado dentro do depósito do pulverizador, constitui a calda de pulverização.
“Independente do tipo de equipamento utilizado, sempre que for realizar uma pulverização, é muito importante ter em mãos o catálogo dos bicos de pulverização. Esses bicos podem operar com pressões diferentes, o que permite obter diferentes vazões de aplicação. Dessa forma, o pulverizador torna-se um equipamento bastante versátil, atendendo a todas as dosagens de pulverização recomendada”, afirma Bruno Otto Mewes, coordenador do Curso Treinamento de Tratorista – Regulagem de Implementos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Portanto, para que o produto químico seja aplicado na quantidade certa é indispensável que o pulverizador esteja bem regulado e, para isso, o agricultor necessita conhecer alguns termos básicos relacionados à operação de pulverização.

Bicos de pulverização
São dispositivos colocados na saída dos pulverizadores para transformar o líquido de pulverização em pequenas gotas e distribuí-las uniformemente na faixa desejada. No mercado, encontram-se os seguintes tipos de bicos: cone, leque e bicos especiais.

a) Bico tipo cone: é formado por duas partes. Um caracol, responsável diretamente pela formação das gotas e, por uma ponta, que é um disco com orifício circular. Combinando-se essas duas partes pode-se obter diferentes vazões, ângulos de abertura do cone de pulverização e tamanhos das gotas.

b) Bico tipo leque: tem um orifício de saída em forma elíptica e não possui caracol. São os mais apropriados para pulverização com herbicidas.

c) Bico especial: existem dois tipos de bicos especiais, os de deflexão e os raindrop. Os bicos de deflexão lançam um fluxo em forma de leque, o qual é causado pelo impacto de jato maciço de água contra uma superfície inclinada. Já os bicos raindrop, emitem um fluxo em forma de cone e são ideais para aplicação de herbicidas, pois gotas com esses tamanhos reduzem muito a deriva do herbicida.

Outro tipo de pulverizador muito eficiente para ser utilizado em pequenas propriedades, é
PULVERIZAÇÃO AGRÍCOLA
O pulverizador de tração animal é constituído por uma barra com mais de um bico de pulverização
Assim como o anterior, este também deve estar calibrado e para tal deve-se proceder às indicações abaixo:
1 - Verificar cuidadosamente se todos os componentes do pulverizador estão funcionando de forma adequada, se não há vazamentos nas conexões, se os bicos presentes na barra são do mesmo tipo, etc.;
2 - Encher o depósito do pulverizador, apenas com água, até atingir a sua capacidade máxima;
3 - Marcar uma distância de 50 metros no terreno, no mesmo local onde irá ser feita a pulverização;
4 - Fazer a pulverização apenas com água;
5 - Medir a largura da faixa de aplicação do produto químico, que é correspondente ao número de bicos instalados na barra, multiplicado pela distância entre os bicos, medido na barra. Por exemplo, se uma barra possuir seis bicos, espaçados de 50 cm, a largura da faixa de aplicação será de três metros (6 bicos x 0,5m/bico);
6 - Completar o volume do depósito, medindo-se cuidadosamente o volume de água gasto;
7 - Calcular o volume de água que será gasto para pulverizar um ha, e também a quantidade de produto químico que deverá ser colocada dentro do depósito cada vez que ele for reabastecido. Isto é feito, utilizando-se o mesmo procedimento adotado para o pulverizador costal.

O volume de pulverização depende do tipo de equipamento, do tipo de produto químico, do estádio de desenvolvimento da cultura, da formulação do produto químico e das condições climáticas. Em geral, no Brasil, tem-se usado os seguintes volumes de pulverização, com bons resultados:
Herbicidas: 200 a 400 l/ha;
Inseticidas: 100 a 300 l/ha; e
Fungicidas: 300 a 500 l/ha.
PULVERIZAÇÃO AGRÍCOLA
O volume de pulverização depende do tipo de equipamento, do tipo de produto químico, do desenvolvimento da cultura, da formulação do produto químico e das condições climáticas
É muito importante que a quantidade de produto químico que será colocado no depósito, seja calculada com precisão, pois, na maioria das vezes, o valor do volume de água do depósito do pulverizador não corresponde ao volume que será aplicado em um ha.

Para culturas perenes, a faixa de pulverização corresponde à metade do espaço entre linhas de plantio. Nestes casos, o indivíduo caminha pulverizando a fileira de plantas apenas de um lado, e, depois, retorna do outro lado, completando a pulverização das plantas.

Calibração de pulverizadores de tração animal
O pulverizador de tração animal é constituído por uma barra com mais de um bico de pulverização. Portanto, para fazer a sua calibração, deve-se proceder conforme está descrito abaixo:
1 - verificar cuidadosamente se todos os componentes do pulverizador estão funcionando de forma adequada, se não há vazamentos nas conexões, se os bicos presentes na barra são do mesmo tipo, etc.;
2 - encher o depósito do pulverizador, apenas com água, até atingir a sua capacidade máxima;
3 - marcar uma distância de 50 metros no terreno, no mesmo local onde irá ser feita a pulverização;
4 - fazer a pulverização apenas com água;
5 - medir a largura da faixa de aplicação do produto químico, que é correspondente ao número de bicos instalados na barra, multiplicado pela distância entre os bicos, medido na barra. Por exemplo, se uma barra possuir seis bicos, espaçados de 50 cm, a largura da faixa de aplicação será de três metros (6 bicos x 0,5m/bico);
6 - completar o volume do depósito, medindo-se cuidadosamente o volume de água gasto;
7 - calcular o volume de água que será gasto para pulverizar um ha, e também a quantidade de produto químico que deverá ser colocada dentro do depósito cada vez que ele for reabastecido. Isto é feito, utilizando-se o mesmo procedimento adotado para o pulverizador costal.

PULVERIZAÇÃO AGRÍCOLA
Nas culturas perenes, o indivíduo caminha pulverizando a fileira de plantas apenas de um lado, e, depois, retorna do outro lado, completando a pulverização das plantas 

Calibração de pulverizadores de barra tratorizados
A calibração destes pulverizadores é feita em duas etapas, ou seja, com o trator em movimento e com o trator estacionado.
a) Trator em movimento:
1- marque um percurso de 30 a 50 metros para o trator percorrer;
2- selecione a velocidade de trabalho (entre 4 e 6 km/h) que será usada durante a pulverização;
3 - regule a rotação da TDP para 540 rpm, caso o seu pulverizador seja acionado a esta rotação e para 1.000 caso o seu pulverizador exija esta rotação de trabalho;
4 - com o trator afastado, aproximadamente cinco metros da referência inicial, coloque o conjunto em funcionamento. Quando o centro da roda traseira do trator passar pela marca inicial, acione o cronômetro, o qual deverá ser travado quando o centro da mesma roda motriz do trator passar pela referência no final da pista. Desta forma, tem-se determinado o tempo gasto (em segundos) para percorrer a distância previamente delimitada.

b) Trator estacionado:
1- com a mesma rotação da TDP, regule a pressão dos bicos (bico tipo cônico: acima de 7 lb/pol2 e bico tipo leque: de 30 a 60 lb/pol2);
2- colete o volume aplicado por bico durante o tempo que o trator gastou para fazer o percurso;
3- calcule o volume aplicado em l/ha

Fonte: Cursos CPT

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