Silagem de milho: como produzir silagem com qualidade e quantidade

 Ao produzir silagem de milho, é imprescindível seguirmos algumas regras para aproveitar, ao máximo, suas qualidades nutritivas.

A operação da silagem deve ser feita de forma rápida e eficiente para se obter qualidade.

Na produção de silagem de milho, várias condições e técnicas são importantes para se obter um produto final com quantidade e qualidade. Sua importância é fundamental na nutrição animal, como o fornecimento de alimentação, na produção de bovinos leiteiros, na época da seca.

A escolha da variedade de milho adequada e a utilização de técnicas agronômicas no cultivo são fundamentais. A época de corte e as operações de transporte, a ensilagem e a abertura do silo também devem ser feitas de forma criteriosa a fim de conduzir o processo da maneira correta.

Qualidade do milho e escolha de híbridos

A produção da silagem de milho, no atual sistema produtivo, é bastante característica pelas qualidades apresentadas nessa gramínea que contribuem para o produto final.  Sua bromatologia se destaca, sendo ideal, uma porcentagem de matéria seca (MS) entre 30 a 35% , além de 3% de carboidratos solúveis no material original. Outros fatores que contribuem são o baixo poder tampão e a capacidade de boa fermentação microbiana do milho.

Para a escolha de híbridos, visando à produção de silagem, hoje se considera, além da produção de MS, a quantidade de grãos produzida. Estudos demonstram que uma boa proporcionalidade na produção de folhas, palhas, sabugo e grãos é o que indica o valor nutricional do produto final, ligado à sua digestibilidade. A planta deve ser escolhida com base na sua  boa sanidade foliar, na alta capacidade de produção e no significativo “Stay Green” – que significa capacidade da planta em se manter verde, no ponto de colheita, por mais tempo.

As propriedades nutritivas (bromatologia) deve seguir certos parâmetros:

-Matéria seca (MS): peso do alimento, descontando água (30 -35%);

-Fibra em detergente neutro(FDN): fibras incompletamente e lentamente digestíveis (45 -52%);

-Proteína bruta (PB): fração de proteína na MS do alimento (8 -10%);

-Nutrientes digestíveis totais:  na MS (65-70%).

Ponto de colheita

O ponto de colheita ideal para silagem de milho ocorre quando a planta apresenta teor de matéria seca entre 30 a 35%. Existem equipamentos para essa determinação. Infelizmente, nem todas as propriedades rurais possuem essas tecnologias, principalmente as pequenas.

Uma forma prática de identificar esse ponto é verificar diretamente na espiga do milho. Retiram-se alguns grãos do milho, a partir da espiga no ponto de leite, e verifica-se quando a linha de leite estiver mostrando 1/3 do grão leitoso e 2/3 amarelando, chamado de ponto farináceo.

Dependendo do tamanho do plantio e das máquinas disponíveis para a colheita, decide-se se o início deve ser estritamente no ponto farináceo, ou um pouco antes, para proceder à colheita da plantação no ponto correto, sem deixar passar muito do ponto nem perder a qualidade nutricional.

Os silos

Os silos mais utilizados atualmente são os de superfície e os de trincheira. Estes devem ser bem limpos, capinados, estar perto do plantio e do local onde será servida a alimentação. Sua construção segue regras específicas para o fim, que devem ser bem observadas.

A cobertura da silagem se faz com lonas plásticas. Atualmente se usam as lonas dupla face, com cerca de 200 micras de espessura, mas com o cuidado de voltar a face preta para dentro e a face branca para fora.

O corte

As máquinas chamadas “foquetinhos” são muito usadas em pequenas propriedades, mas devem estar em boas condições de uso. Da mesma forma, deve-se fazer a manutenção constante de tratores e de implementos, a lubrificação e a afiação das facas de corte, assim como a regulagem do equipamento para cortar as partículas no tamanho de 0,6 a 1,5 cm. Tudo visando a uma operação rápida e com qualidade.

O tamanho das partículas no tamanho indicado buscam uma melhor performance na hora da fermentação. Outro cuidado é regular os implementos de corte para que não fiquem rentes ao chão. Embora haja perdas em volume, aumenta-se a qualidade da silagem e deixa-se restos culturais importantes para o retorno de parte do Potássio ao solo.

Transporte

Geralmente o transporte da silagem é feito em caminhões, ou carretas puxadas por trator. Além de se carregar a silagem rapidamente, deve-se evitar o desperdício.

Carregamento dos silos

Esta é uma operação que deve ser rápida e eficiente. Deve-se ter bastante cuidado para fazer uma boa compactação em todas os lugares e, principalmente, nos cantos do silo. A compactação é feita, em camadas, intercalando a compactação e a aplicação de inoculantes em cada nova camada colocada.

O objetivo da compactação é a retirada do máximo de oxigênio possível, já que a fermentação que transforma a massa compactada em silagem é feita por bactérias anaeróbicas. Daí a importância da inoculação, ou seja, da aplicação de bactérias anaeróbicas para adiantar o processo de fermentação.

Vedação e abertura dos silos

A vedação é feita com as lonas já citadas anteriormente. Deve ser feita de maneira rápida e com sobra nas laterais para que se possa jogar terra nas pontas, bem como fazer outras vedações. A vedação bem feita tem como objetivo evitar a entrada de ar para facilitar o processo de fermentação. Cerca de 45 dias depois, a silagem deve estar pronta para ser servida, sendo sua retirada feita em fatias. Deve-se sempre lacrar o silo, após o serviço, e retirar bolores e mofos das fatias, advindos de bolhas de ar que provocaram fermentações aeróbicas.

A operação da silagem deve ser feita de forma rápida e eficiente. As pessoas envolvidas na operação devem ser bem treinadas e envolvidas em todas as etapas. Isso garante a qualidade final do produto que, a cada dia, passa a ser importante fonte de alimento para os rebanhos produtores de carne e leite.

Fonte: Portal Agropecuário