Além de frutas, o perímetro irrigado da Chapada do Apodi é o lugar onde pequenas e grandes empresas multiplicam tradicionais e novas cultivares
por Alana Fraga, de Limoeiro do Norte (CE)
Do perímetro irrigado da Chapada do Apodi, no município de Limoeiro do Norte, no Ceará, além de muitas frutas produzidas para a exportação, como a banana – principal cultura da região – saem algumas variedades de sementes de sorgo, milho, soja e feijão usadas em campos de todas as regiões do país. Lá, de pequenos produtos a fabricantes multinacionais de sementes dividem a área de aproximadamente 4.500 hectares irrigados em uso com a água fornecida pelo rio Jaguaribe com outros agricultores de frutas.
Francisco Moreira Leite multiplica, em 300 hectares, variedades de milho convencional da Embrapa cujo principal cliente é o governo do Estado, que distribui a pequenos produtores. “Nesses últimos anos, com o aumento de pragas, estamos sentindo que o mercado vem buscando essa alternativa (convencional), especialmente para a safrinha. Tenho cliente do Maranhão que planta apenas milho convencional na safrinha, até porque o preço compensa em relação aotransgênico”, diz Leite.
Além do milho, Leite cultiva 150 hectares de sorgo no perímetro, outros 200 hectares de milho verde (para o varejo), 100 hectares de feijão e soja em grão para a rotação de cultura. Nas áreas, mais de 30 colaboradores produzem para Leite, que centraliza a produção e beneficia as sementes para serem comercializadas. Ele distribui os insumos e paga aos colaboradores R$ 80 pela saca de sementes (de 60kg).
Apesar dos altos custos de produção no perímetro de irrigação, a região conta com muitas vantagens competitivas: o solo é rico em calcário, alta incidência de sol, o período de chuvas é curto, o que dificulta a proliferação de doenças, e é possível produzir os grãos o ano inteiro com alta qualidade. “Nosso milho tem sido bastante elogiado pelo vigor e o sorgo, que é enviado para Goiás, está entre as melhores sementes do Brasil”, destaca.
Não é à toa que uma das maiores empresas mundiais de sementes também está aproveitando a região para multiplicar variedades que ainda serão lançadas no mercado. De acordo com Leonardo Perusso, agrônomoresponsável pela área de 150 hectares da fabricante, com a crescente demanda por sementes de soja em virtude do aumento anual de produção, a empresa tem procurado acelerar o processo de multiplicação das novas variedades. “Estamos fazendo volume para comercializá-la daqui a dois anos. O perímetro irrigado é uma solução para tornar mais rápido o processo. Assim, uma cultivar que levaria sete anos para ser lançada no mercado pode chegar em três anos e meio”, explica.
A variedade que está sendo multiplicada pela empresa no perímetro irrigado em Limoeiro do Norte é voltada para a produção de soja do sul e sudeste do país. “Mas, como no período de maio a outubro não temos condições de plantar lá, por conta do inverno, a gente traz o material para ser multiplicado aqui, que apresenta ótimas condições para esse cultivo”, afirma Perusso.
Helicoverpa armigera
Mas nem ele ficou imune aos ataques da lagarta Helicoverpa armigera este ano. “Tivemos problemas no feijão”, lamenta Moreira Leite. A praga só foi controlada com base em muito produto químico, medida que elevou em mais de 100% o custo com os agroquímicos. “Temos uma lavoura de feijão que não teve uma vagem que não foi furada com a lagarta”, contabiliza.
Fonte: Revista Globo Rural
Do perímetro irrigado da Chapada do Apodi, no município de Limoeiro do Norte, no Ceará, além de muitas frutas produzidas para a exportação, como a banana – principal cultura da região – saem algumas variedades de sementes de sorgo, milho, soja e feijão usadas em campos de todas as regiões do país. Lá, de pequenos produtos a fabricantes multinacionais de sementes dividem a área de aproximadamente 4.500 hectares irrigados em uso com a água fornecida pelo rio Jaguaribe com outros agricultores de frutas.
Francisco Moreira Leite multiplica, em 300 hectares, variedades de milho convencional da Embrapa cujo principal cliente é o governo do Estado, que distribui a pequenos produtores. “Nesses últimos anos, com o aumento de pragas, estamos sentindo que o mercado vem buscando essa alternativa (convencional), especialmente para a safrinha. Tenho cliente do Maranhão que planta apenas milho convencional na safrinha, até porque o preço compensa em relação aotransgênico”, diz Leite.
Além do milho, Leite cultiva 150 hectares de sorgo no perímetro, outros 200 hectares de milho verde (para o varejo), 100 hectares de feijão e soja em grão para a rotação de cultura. Nas áreas, mais de 30 colaboradores produzem para Leite, que centraliza a produção e beneficia as sementes para serem comercializadas. Ele distribui os insumos e paga aos colaboradores R$ 80 pela saca de sementes (de 60kg).
Apesar dos altos custos de produção no perímetro de irrigação, a região conta com muitas vantagens competitivas: o solo é rico em calcário, alta incidência de sol, o período de chuvas é curto, o que dificulta a proliferação de doenças, e é possível produzir os grãos o ano inteiro com alta qualidade. “Nosso milho tem sido bastante elogiado pelo vigor e o sorgo, que é enviado para Goiás, está entre as melhores sementes do Brasil”, destaca.
Não é à toa que uma das maiores empresas mundiais de sementes também está aproveitando a região para multiplicar variedades que ainda serão lançadas no mercado. De acordo com Leonardo Perusso, agrônomoresponsável pela área de 150 hectares da fabricante, com a crescente demanda por sementes de soja em virtude do aumento anual de produção, a empresa tem procurado acelerar o processo de multiplicação das novas variedades. “Estamos fazendo volume para comercializá-la daqui a dois anos. O perímetro irrigado é uma solução para tornar mais rápido o processo. Assim, uma cultivar que levaria sete anos para ser lançada no mercado pode chegar em três anos e meio”, explica.
A variedade que está sendo multiplicada pela empresa no perímetro irrigado em Limoeiro do Norte é voltada para a produção de soja do sul e sudeste do país. “Mas, como no período de maio a outubro não temos condições de plantar lá, por conta do inverno, a gente traz o material para ser multiplicado aqui, que apresenta ótimas condições para esse cultivo”, afirma Perusso.
Helicoverpa armigera
Mas nem ele ficou imune aos ataques da lagarta Helicoverpa armigera este ano. “Tivemos problemas no feijão”, lamenta Moreira Leite. A praga só foi controlada com base em muito produto químico, medida que elevou em mais de 100% o custo com os agroquímicos. “Temos uma lavoura de feijão que não teve uma vagem que não foi furada com a lagarta”, contabiliza.
Fonte: Revista Globo Rural
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