sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Órgão norte-americano quer proibir uso de antibióticos em ração anima

Assunto está causando polêmica no Brasil; Sindirações acredita que em caso de aprovação, os 

custos de produção aumentariam muito.

 


Eduardo Ongaro

Foto: Eduardo Ongaro
Ubabef acredita que essa regulamentação não deve acontecer no Brasil
A Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos que lida com o controle das indústrias alimentícias e de medicamentos, quer proibir o uso de antibióticos em ração animal. Segundo o órgão, o uso desses medicamentos poderia prejudicar ou até matar seres humanos. A discussão já está causando polêmica no Brasil.
A FDA afirma que essa regulamentação, por enquanto, não é obrigatória nos Estados Unidos. O órgão pede para que os agricultores deixem de usar os antibióticos de forma voluntária.
A decisão agradou a comunidade europeia, que estaria interessada em fazer a mesma coisa. No Brasil, a situação é diferente. A União Brasileira de Avicultura (Ubabef), acredita que essa regulamentação não deve acontecer por aqui. Mas já aponta que os antibióticos são necessários para não causar doenças em humanos.
– Embora a gente tenha alguns substitutivos para os antibióticos, microbióticos, fitoterápicos, produtos a base de vegetais, leveduras, eles não substituem totalmente o antibiótico. E as pessoas precisam saber que os antibióticos são necessários porque os animais são criados em um ambiente externo, então ele é um preventivo, pra melhorar a flora intestinal um pouco mais seletiva – disse o diretor de produção da Ubabef, Ariel Antonio Mendes.
Mendes acredita que, em caso de uma possível lei que proíba o uso de antibióticos, a produção brasileira não seria muito afetada.
– Prejudica, mas numa eventual aprovação dos Estados Unidos não vai ter um reflexo aqui no Brasil porque esse tema vem sendo discutido. Até o Ministério Público (MP) demandou o Ministério da Agricultura, cinco, seis anos atrás, para que fizesse um estudo e o MP criou um grupo de trabalho com especialistas de universidades e chegou à conclusão que várias moléculas não precisavam ser proibidas. Tanto que o MP acabou reconhecendo isso – afirmou Mendes.
Mas o Sindicato Nacional da Indústria e Alimentação Animal (Sindirações) vê a discussão nos Estados Unidos com preocupação. O vice-presidente da entidade, Ariovaldo Zani, acredita que em caso de aprovação, os custos de produção aumentariam muito. Tanto o consumidor quanto os produtores sentiriam o peso desse aumento.
– De fato vai exigir uma reorganização dos sistemas de produção. Encontrar alternativas eficientes e econômicas para substituição desses agentes tradicionais. De fato se espera um aumento do custo de produção, alguns anos atrás nós encomendamos um estudo que mostrou que a proibição do uso desses agentes melhoradores poderia adicionar um custo de R$ 1 bilhão na produção de aves e suínos, que de certo esse custo adicional seria repassado ao produto final, porque a indústria não tem como absorver, não tem essa capacidade – relatou Zani.

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