Segundo Pimentel, isso já acontece com o arroz. Ao comprar um grão do “tipo I”, por exemplo, o consumidor sabe que está adquirindo um alimento de melhor qualidade, maior percentual de grãos inteiros maior rendimento no cozimento.
No caso do milho, o atual padrão oficial de classificação tem 34 anos e apresenta-se defasado, já que não atende mais às necessidades e exigências dos mercados consumidores. O novo padrão, que deverá entrar em vigor no início da safra 2012/2013, tem o objetivo de atualizar os limites de tolerância para atender às novas exigências mercadológicas. Pimentel explica que uma das principais diferenças está na diferenciação do padrão de qualidade do milho- pipoca para o milho comum. Antes, havia um padrão único para os dois produtos. A partir de julho de 2012, o milho será classificado em grupos (duro, semi-duro, dentado e misturado), classes (amarela, branca, cores e misturada) e tipos (I, II, III e fora de tipo), estabelecidos conforme a qualidade. Além disso, haverá alteração quanto ao percentual mínimo de grãos com as características do grupo para o enquadramento.
Os limites máximos de tolerância de grãos ardidos, mofados, quebrados, carunchados, matérias estranhas e impurezas foram revisados e tornaram-se mais rígidos. Pelas novas regras oficiais, para o grão ser classificado como milho “Tipo 1”, por exemplo, em cada tonelada poderá haver até 6% de grãos avariados, enquanto que atualmente seria permitido até 11% desses grãos por tonelada. Os novos limites exigem a adequação de produtores, armazenistas e indústrias quanto aos cuidados com os grãos na manutenção da qualidade, desde o cultivo, no manuseio, no transporte, no acondicionamento e com técnicas de controle de pragas e de armazenamento.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, o novo padrão de classificação trará vantagens aos consumidores pela disponibilidade de alimentos à base de milho com melhor qualidade, devido ao maior rigor nos limites de tolerância. Por outro lado, sustenta Pimentel, produtores rurais, cooperativas e indústrias também serão beneficiados pelo novo padrão, que atende antigas reivindicações desses setores.
O impacto das novas regras deverá ter maior intensidade sobre grandes grupos que beneficiam o milho para indústria e exportação. Para Pimentel, a produção em menor escala, como a da agricultura familiar, não deverá sofrer impactos com maior profundidade, pelo menos a princípio.
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