domingo, 28 de agosto de 2011

Maracujá-do-mato pode gerar renda para produtores do Semiárido


Fruto produz bem em ambiente quente e seco

por Globo Rural On-line
   Divulgação
O maracujá-do-mato é nativo da Caatinga







Tendências de mercado como o consumo de produtos naturais e de sabor exótico tornam o maracujá-do-mato(Passiflora cincinnata Mast.) uma alternativa de cultivo para a agricultura familiar, capaz de produzir bem no ambiente quente e seco. 

Para o pesquisador Francisco Pinheiro de Araújo, daEmbrapa Semiárido
, é de espécies com estas características que os pequenos produtores das áreas rurais do Nordeste podem vir a constituir uma estratégia comercial importante: com base nos recursos vegetais da região, desenvolver uma fruticultura em condições de sequeiro. 

Atualmente, o aproveitamento da espécie é marcado pelo extrativismo e pela subsistência. Mas, segundo Araújo, a fruta tem potencial para se valorizar no mercado, principalmente se integrada às atividades de pequenas indústrias de beneficiamento e processamento que façam doces, geleias, mousses e sucos. 

A experiência de processamento dessa fruta pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) gera renda para 350 famílias associadas e contribui para fortalecer a agricultura familiar da região. Parte do produto processado na forma de geleia é exportada para Alemanha e Itália, e também é consumida na merenda escolar dos municípios onde é produzido, na Bahia. 

A fruta nativa, recentemente, foi incluída no catálogo mundial (Arca do Gosto) dos produtos agroalimentares de qualidade que estão em risco de desaparecer, realizado pela Fundação Slow Food para a Biodiversidade. Para ser incluída na Arca, o alimento precisa ter qualidades gastronômicas, ligação com a área geográfica local, ser produzido artesanalmente e de forma sustentável. 

A Arca do Gosto descreve o maracujá-do-mato como “um fruto nativo da Caatinga onde ocorre de forma espontânea. O fruto é extremamente saboroso e perfumado, com um sabor persistente, mais doce, mais denso e mais ácido que o do maracujá comum (P. edulis). Tanto o gosto quanto o perfume recordam o mel”. 

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