O café ecológico, como vem sendo chamado o grão da cooperativa Coopedota, é um produto limpo, pois reduz as emissões desde a plantação até o transporte
por Agência EFECooperativa rual Coopedota, na Costa Rica
A ideia, que nasceu na cooperativa rural Coopedota e reúne 800 produtores nas montanhas do sul de San José, naCosta Rica, se materializou este ano, e agora o café Dota chega aos consumidores dos Estados Unidos, Europa e Ásia.
A organização Carbon Clear e a British Standards Institution foram os encarregados de certificar que o café da marca é um produto limpo e não é prejudicial do ponto de vista do meio ambiente, pois reduziu as emissões de carbono, desde sua plantação até seu transporte por todo o planeta, a zero.
No total, a Coopedota se tornou responsável pela emissão de 1.800 toneladas métricas anuais de carbono na produção de seu café verde de exportação, e de 69 toneladas por seu café para consumo local.
A organização Carbon Clear e a British Standards Institution foram os encarregados de certificar que o café da marca é um produto limpo e não é prejudicial do ponto de vista do meio ambiente, pois reduziu as emissões de carbono, desde sua plantação até seu transporte por todo o planeta, a zero.
No total, a Coopedota se tornou responsável pela emissão de 1.800 toneladas métricas anuais de carbono na produção de seu café verde de exportação, e de 69 toneladas por seu café para consumo local.
Produção
"Produzir um café carbono neutro não é fácil, é uma tarefa que requer cuidado, medições, mudanças de tecnologia, dosmétodos de cultivo e o cuidado das plantas, assim como supervisão constante, mas antes de tudo, uma ferrenha decisão", assegura o gerente-geral de Coopedota, Roberto Mata.
"Cada detalhe conta", diz, lembrando com orgulho que a cooperativa decidiu há 15 anos modificar seus processos para ser mais amigáveis com o meio ambiente. "A parte mais contaminante do processo de produção do café é asemeadura e a manutenção dos cafezais, especialmente pelas más práticas agrícolas herdadas do passado", diz Mata.
Por esta razão, segundo o gerente, nos cafezais da Coopedota, localizados na comunidade de Santa María de Dota, a cerca de 65 quilômetros ao sul de San José, os produtores "diminuíram ao máximo o uso de agroquímicos e especialmente de herbicidas em suas plantas".
O gerente ambiental e encarregado de certificações da cooperativa, Adrián Cordero, reconhece que no passado havia um uso "excessivo" de químicos que são usados na agricultura, mas que esta prática "foi corrigida".
Os resultados saltam à vista: árvores dão sombra constante às plantas de café, e suas folhas e galhos servem de abono natural para a terra, da mesma forma que os resíduos da tostagem do grão. Nada se desperdiça; tudo tem um propósito.
Cordero explica que um produto carbono neutro é sinônimo de um produto orgânico. "O café Dota é produzido com insumos agrícolas, mas estes são de "banda verde", ou seja, com garantia de ser amigáveis com a natureza".
Além disso, boa parte do controle biológico de fungos, insetos e outras possíveis doenças do café se realiza por meio de controladores naturais como outros fungos, bactérias e algas. Ao não utilizar químicos tóxicos, os solos não sofrem um desgaste drástico e se reduz o consumo de água.
"Cada detalhe conta", diz, lembrando com orgulho que a cooperativa decidiu há 15 anos modificar seus processos para ser mais amigáveis com o meio ambiente. "A parte mais contaminante do processo de produção do café é asemeadura e a manutenção dos cafezais, especialmente pelas más práticas agrícolas herdadas do passado", diz Mata.
Por esta razão, segundo o gerente, nos cafezais da Coopedota, localizados na comunidade de Santa María de Dota, a cerca de 65 quilômetros ao sul de San José, os produtores "diminuíram ao máximo o uso de agroquímicos e especialmente de herbicidas em suas plantas".
O gerente ambiental e encarregado de certificações da cooperativa, Adrián Cordero, reconhece que no passado havia um uso "excessivo" de químicos que são usados na agricultura, mas que esta prática "foi corrigida".
Os resultados saltam à vista: árvores dão sombra constante às plantas de café, e suas folhas e galhos servem de abono natural para a terra, da mesma forma que os resíduos da tostagem do grão. Nada se desperdiça; tudo tem um propósito.
Cordero explica que um produto carbono neutro é sinônimo de um produto orgânico. "O café Dota é produzido com insumos agrícolas, mas estes são de "banda verde", ou seja, com garantia de ser amigáveis com a natureza".
Além disso, boa parte do controle biológico de fungos, insetos e outras possíveis doenças do café se realiza por meio de controladores naturais como outros fungos, bactérias e algas. Ao não utilizar químicos tóxicos, os solos não sofrem um desgaste drástico e se reduz o consumo de água.
Segundo Cordero, 96% das emissões de carbono associadas ao café saem para a atmosfera durante a etapa de produção do grão, e apenas 4% durante o processo industrial, por isso que é essencial melhorar os procedimentos nesta fase.
Cerca de 37% das emissões totais da Costa Rica provêm do setor agropecuário e 10% da produção de café
Comunidade cafeteira
Dota é uma comunidade 100% cafeicultora e a principal empresa do lugar é a cooperativa, que recolhe os grãos tirados de cerca de 1.500 hectares para iniciar sua industrialização.
Para diminuir a despesa em combustíveis ao levar o café à sede da companhia, a Coopedota instalou entradas de café em diversos pontos, que se encarregam agora do transporte, conta Mata.
Os ajustes para conseguir carbono neutro ao processar o café foram muitos, por exemplo, substituíram a lenha pela casca e outros subprodutos do próprio café como combustível de seus fornos de secagem. O resultado: uma economia de até 8.000 metros cúbicos de madeira ao ano, embora neste o consumo de lenha tenha chegado a zero.
A água com sedimentos ou restante do processo de beneficiamento é recolhida e utilizada para a irrigação dos campos, por isso que não há vazamentos nos rios, aponta Cordero, acrescentando que além disso, pelas melhoras no processo, foi possível reduzir o consumo de água de 1 para 0,20 metros cúbicos por fânega (100 quilos).
Entre os projetos da empresa destaca-se o uso da seiva do café, outro subproduto, como base para obter etanol que sirva de fonte de energia e assim baixar até mais o consumo de eletricidade.
Para diminuir a despesa em combustíveis ao levar o café à sede da companhia, a Coopedota instalou entradas de café em diversos pontos, que se encarregam agora do transporte, conta Mata.
Os ajustes para conseguir carbono neutro ao processar o café foram muitos, por exemplo, substituíram a lenha pela casca e outros subprodutos do próprio café como combustível de seus fornos de secagem. O resultado: uma economia de até 8.000 metros cúbicos de madeira ao ano, embora neste o consumo de lenha tenha chegado a zero.
A água com sedimentos ou restante do processo de beneficiamento é recolhida e utilizada para a irrigação dos campos, por isso que não há vazamentos nos rios, aponta Cordero, acrescentando que além disso, pelas melhoras no processo, foi possível reduzir o consumo de água de 1 para 0,20 metros cúbicos por fânega (100 quilos).
Entre os projetos da empresa destaca-se o uso da seiva do café, outro subproduto, como base para obter etanol que sirva de fonte de energia e assim baixar até mais o consumo de eletricidade.
Consciência ambiental
A decisão da Coopedota de reduzir suas emissões de carbono responde à conjugação de vários fatores; se trata sem dúvida de um elemento diferenciador no mercado mundial, mas além disso é uma forma de contribuir com a meta costarriquenha de se transformar no primeiro país neutro em carbono do mundo no ano de 2021.
"Cerca de 37% das emissões totais da Costa Rica provêm do setor agropecuário e 10% da produção de café, por isso que o setor deve se inteirar do assunto", assinalou a engenheira agrônoma Hortensia Solís.
Para Hortensia, a estratégia passa por dois níveis: "Vivemos do café, somos uma comunidade sumamente cafeeira e queremos continuar sendo. Se não melhorarmos constantemente o que somos e o que produzimos não poderemos continuar vivendo do café".
Na Costa Rica, o café Dota carbono neutro tem um custo de US$ 30 o quilo, e de acordo com Mata, este valor agregado está sendo "reconhecido pelos importadores do grão nos melhores mercados, onde os consumidores são exigentes e ávidos por encontrar produtos ‘verdes’".
O caminho empreendido pela Coopedota abre as portas para outros produtores agrícolas, como os bananeiros, que anunciaram estar em processo para transformar sua fruta também em um bem carbono neutro no curto prazo.
"Cerca de 37% das emissões totais da Costa Rica provêm do setor agropecuário e 10% da produção de café, por isso que o setor deve se inteirar do assunto", assinalou a engenheira agrônoma Hortensia Solís.
Para Hortensia, a estratégia passa por dois níveis: "Vivemos do café, somos uma comunidade sumamente cafeeira e queremos continuar sendo. Se não melhorarmos constantemente o que somos e o que produzimos não poderemos continuar vivendo do café".
Na Costa Rica, o café Dota carbono neutro tem um custo de US$ 30 o quilo, e de acordo com Mata, este valor agregado está sendo "reconhecido pelos importadores do grão nos melhores mercados, onde os consumidores são exigentes e ávidos por encontrar produtos ‘verdes’".
O caminho empreendido pela Coopedota abre as portas para outros produtores agrícolas, como os bananeiros, que anunciaram estar em processo para transformar sua fruta também em um bem carbono neutro no curto prazo.
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