sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Adubação nos cafezais em tempo certo garante produtividade


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Renata Silva
Adubação nos cafezais em tempo certo garante produtividade
É durante o inverno amazônico (chuvas de outubro a maio) que o produtor deve fazer a adubação do cafezal, para que possa obter melhores resultados na produtividade. “É nesta fase que a planta necessita de maiores quantidades de nutrientes e também de cuidados, já que está em crescimento vegetativo, com o surgimento de novas folhas e ramos, e em fase de produção, com o crescimento dos frutos”, explica o pesquisador da Embrapa Rondônia, e especialista em manejo de cafeeiros canephora, Marcelo Curitiba Espindula.

A adubação tem de ser feita de acordo com os resultados da análise de solo e recomendada por um técnico. O fósforo deve ser aplicado em outubro, por ocasião do início do período chuvoso. A adubação com nitrogênio e potássio deve ser parcelada em pelo menos três aplicações durante a estação das águas. Recomenda-se também a aplicação de micronutrientes (boro, zinco, cobre, dentre outros) juntamente com a adubação fosfatada. “A adubação é uma etapa fundamental para o cafezal. Sua falta causa baixa produtividade, empobrecimento do solo e compromete a vida útil da lavoura”, argumenta Marcelo Espindula, lembrando que é recomendado consultar um técnico da EMATER-RO para mais esclarecimentos.
Caso os micronutrientes não tenham sido aplicados na primeira adubação, ou se for observada a ocorrência de deficiência dos mesmos no café, é preciso fazer a adubação foliar com esses micronutrientes. Para que o produtor identifique quais micronutrientes estão faltando, o ideal é que seja feita uma análise do tecido foliar (folha) em laboratório, assim como o acompanhamento através da análise visual.
A análise de deficiência visual de micronutrientes pode ser feita pelo produtor, ao observar o cafezal. A deficiência de boro, por exemplo, deixa as folhas deformadas (menores, retorcidas com bordas irregulares), causa o abortamento de flores; já de zinco é observado pelas folhas pequenas, estreitas, de aspecto coriáceo e quebradiças, frutos menores e redução na produção; e a deficiência  de cobre pode ser vista em folhas novas, com curvatura nas bordas que ficam em formato de concha.
Segundo o pesquisador, nesta época também é preciso retirar os ramos ortotrópicos, ou “brotos ladrões”, que “roubam” nutrientes do café. Esse procedimento é conhecido como desbrota e deve ser feita quantas vezes forem necessárias sempre que os brotos estiverem com até 30 centímetros.
Produção de café em Rondônia
O estado de Rondônia é o quinto maior produtor de café do País e o segundo da espécie canephora – Coffea canephora (Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB – safra 2011), o que torna a cultura uma das principais fontes de renda das famílias da zona rural do estado. Cerca de 90% da área cafeeira é plantada com as variedades Conilon e Robusta, ambas pertencentes à espécie canephora.
No entanto a cultura do café em Rondônia possui baixa produtividade, o que pode ser explicado pela predominância de solo de baixa fertilidade natural; existência de lavouras velhas ou decadentes; podas inadequadas ou falta destas; e falta ou inadequação da adubação e calagem (adubação insuficiente, proporção de nutrientes inadequada, omissão ou aplicação indevida de calcário, mau emprego ou omissão de micronutrientes).
O pesquisador da Embrapa Rondônia destaca ainda a importância da utilização de tecnologias pelos produtores de Rondônia. “É preciso incluir a análise de solo e de folhas e demais tecnologias como práticas de rotina na cultura do café em Rondônia para que os cafeicultores tenham condições de se tornarem mais competitivos em relação aos produtores de outros estados do País, assim como poderem obter maior retorno econômico”, conclui.
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Renata Silva
(MTb 12361/MG)
Embrapa Rondônia
renata.silva@cpafro.embrapa.br
Fone (69)3901-2536

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