quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mancha-branca-das-folhas


   

ETIOLOGIA: 
Nomes comuns da doença
Mancha-branca-das-folhas
Mancha-foliar-de-Phaeosphaeria

Agente causal
Phaeosphaeria maydis (P. Henn.) Rane et al.
Leptosphaeria zeae Stout

Biologia do patógeno
Phaeosphaeria maydis é um ascomiceto. As suas ascas são hialinas e possuem oito ascósporos hialinos, retos ou ligeiramente curvos, com três septos, medindo 14,5 a 17,5 por 3,5 a 5 µm. Os picnídios são escuros, contendo esporos hialinos. A forma imperfeita desse fungo é denominada Phyllosticta sp.

Importância da doença:
A incidência da doença tem aumentado significativamente no Brasil a partir da década de 90 estando disseminada por todas as regiões produtoras de milho, principalmente em plantios que coincidem com períodos chuvosos e temperaturas amenas. Em cultivares suscetíveis, a mancha branca das folhas pode reduzir a produção de grãos em cerca de 60% ou ainda causar seca prematura das folhas, redução no ciclo da planta, no tamanho e no peso dos grãos. Embora se use o nome Mancha foliar de Phaeosphaeria em milho, existem muitas controvérsias sobre o agente causal desta doença no Brasil. A etiologia dessa doença está em estudo, e atualmente é atribuída a diferentes agentes causais como Phyllostictasp., Phoma sorghinaPhoma sp. e Sporomiella sp.


Sintomatologia:
Inicialmente, as lesões são pequenas, cloróticas tipo anasarca, evoluindo para necróticas com diâmetro variando aproximadamente entre 0,3 a 2,0 cm e formato variando de arredondado a oblongo apresentando bordos escuros e centro esbranquiçado com a presença de pontuações escuras correspondentes as frutificações do patógeno. Pode haver coalescência de lesões, levando à morte parcial ou total da folha. Em geral, os sintomas aparecem primeiro nas folhas inferiores, progredindo rapidamente em direção ao ápice da planta, sendo mais severos após o pendoamento e nunca ocorre em plântulas de milho. Em grande número, as lesões juntam-se e causam requeima das folhas, que cessam a fotossíntese na fase de enchimento dos grãos, os quais secam prematuramente antes de atingir o seu tamanho normal. Conseqüentemente, as espigas reduzem o seu tamanho e os grãos ficam parcialmente cheios, de cor desbotada, chochos e muitas vezes ardidos.

Sintoma morfológico: mancha

Ciclo da doença e epidemiologia:
As perdas são dependentes das condições ambientais e do estádio de desenvolvimento no qual a planta é infectada. Plantas infectadas precocemente podem ter sua produtividade reduzida sob condições de umidade relativa elevada, preferencialmente com água livre na superfície da folha, temperaturas moderadas e baixa luminosidade. Essas condições são comumente encontradas em regiões acima de 600 m de altitude, sendo a doença mais severa em semeaduras a partir da segunda quinzena de novembro. Há o envolvimento de bactérias da espécie Pantoeae ananasO inóculo primário se origina nos restos da cultura. A disseminação se dá pelo vento e por respingos de chuva.


Práticas de manejo:
Usar cultivares resistentes, evitar o plantio de cultivares mais suscetíveis em épocas ou locais que sejam muito úmidos ou chuvosos, principalmente durante os períodos vegetativos e de florescimento da cultura. A rotação de culturas e a destruição dos restos culturais ajudam a complementar o manejo da doença. Devem ser feitas também adubações equilibradas entre nitrogênio, fósforo e potássio, pois o nitrogênio em excesso favorece a doença.

Bibliografia consultada:
CAMARGO, L.E.A.; PEREIRA, O.A.P.; DE CARVALHO, R.V. Doenças do milho. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.) Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. v.2, p. 477-488.

SOUZA, J.C.; DUARTE, J.M. Reação de cultivares de milho a Phaeosphaeria maydis. Ciência Agroteconologia. Lavras. V.26, n.2. p. 325-331. 2002. 

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