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A partir do início do período chuvoso aumentam os problemas com infestação dos bovinos por mosca-dos-chifres. A pesquisadora da Embrapa Rondônia, Luciana Gatto Brito, orienta que o tratamento para combater o inseto deve ser feito na primeira quinzena de outubro e na última quinzena de março. “Isso mantém a população controlada durante essa época, que é a mais crítica em relação a infestação pela mosca-dos-chifres” , diz.
Assim que começa o período da seca, a infestação cai naturalmente, pois como as moscas se desenvolvem no bolo fecal do animal, na época da seca ele desseca mais rápido nas pastagens, o que atrapalha as condições de desenvolvimento das moscas. A pesquisadora acrescenta que a infestação está presente durante todo o ano, mas é intensificada no período das chuvas. Em duas semanas, a mosca completa o estágio de desenvolvimento que vai da fase larval, passando pela pupa, até a emergência dos insetos adultos.
Uma particularidade é que durante a ocorrência de chuvas intensas e diárias, também ocorre um controle natural das moscas. “A água da chuva quebra o bolo fecal e isso faz com que a luz penetre nele atrapalhando o desenvolvimento das larvas, além de ocorrer um encharcamento excessivo do bolo fecal, que também é prejudicial ao desenvolvimento das larvas”, informa Luciana.
Cada fêmea do inseto pica o animal entre 12 e 40 vezes por dia e só sai de perto dele para depositar os ovos nas fezes. O inseto macho nunca sai do bovino. “À medida que aumenta o calor no decorrer do dia, as moscas se abrigam debaixo do animal. À noite, voltam a ficar sobre os bovinos, ou seja, os animais estão sob estresse o dia inteiro, não se alimentam adequadamente, perdem peso e acabam produzindo menos leite ou ganhando menos peso”, esclarece Luciana acrescentando que “os bovinos de pelagem clara e manchas escuras normalmente são menos infestados pela mosca-dos-chifres, lembrando que bovinos de raças taurinas são mais suscetíveis à infestação que os zebuínos”.
Tratamento e resistência
A pesquisadora explica que não é recomendado que se faça tratamento nos rebanhos com infestação média de até 150 moscas por animal, porque este número não causa sérios prejuízos econômicos, sendo um nível tolerável pelos animais. Ela diz que um grande problema enfrentado em relação à mosca-dos-chifres é a realização de tratamentos desnecessários realizados para aproveitar a ida dos animais ao curral para vacinação, no caso do gado de corte e nos rebanhos leiteiros. “Nessa ocasião, devido ao tratamento aplicado contra os carrapatos, as moscas, que ocorrem simultaneamente a esses parasitas nos animais, também são afetadas o que propicia o desenvolvimento da resistência delas ao medicamento, que possui a mesma base farmacológica para combater os dois parasitas. Com isso, observa-se uma tendência mundial ao desenvolvimento da resistência nas populações de mosca-dos-chifres”, enfatiza Luciana.
Diante do problema, um projeto conduzido pela pesquisadora, em fase de conclusão na Embrapa Rondônia, vai identificar o nível de resistência das moscas aos principais inseticidas utilizados para o controle desses insetos, além de fatores de risco que estão associados ao desenvolvimento da resistência. Para tanto, foram visitados mais de 60 rebanhos, em Rondônia, e coletadas amostras de moscas, até o momento, em 32 rebanhos.
Controle
Além dos tratamentos estratégicos - no começo de outubro e no fim de março - através de banhos de pulverização com os medicamentos ou aplicação de inseticidas por on no dorso dos animais, outra medida que auxilia no controle da mosca-dos-chifres é a manutenção, nas pastagens, de um ambiente favorável ao desenvolvimento do besouro conhecido como “rola-bosta”. Segunda a pesquisadora, esse inseto quebra o bolo fecal propiciando a entrada de luz nele, o que atrapalha o desenvolvimento das larvas, pois as bactérias que servem de alimento para elas são destruídas.
“Com esse controle garante-se também que os produtos provenientes desses rebanhos estejam livres de contaminações químicas por inseticidas, além da diminuição dos custos para os produtores. Através dessas medidas, as populações de insetos não alcançarão os níveis que causam os prejuízos econômicos aos rebanhos”, finaliza a pesquisadora.
Fonte : Embrapa.br
Kadijah Suleiman (MTb RJ 22729)
Embrapa Rondônia
e-mail: kadijah.suleiman@embrapa.br
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www.cpafro.embrapa.br
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