Alguns agricultores têm dúvida quanto à escolha da cultivar para iniciar a plantação de milho
Por Beatriz Lazia em 5th novembro 2012
Existe uma dúvida que é muito frequente entre osagricultores que cultivam o milho que é a respeito da diferença entre uma variedade e um híbrido. Sendo assim, convém explicar melhor tal diferença: a variedade é um milho que mantém a qualidade genética de uma geração para outra, se plantada isolada. Já o híbrido não mantém a qualidade genética de uma geração para outra, não sendo, portanto, adequada a reutilização de suas sementes em novas lavouras. Esse fato é responsável por modificar a forma de tratar e multiplicar esses dois tipos de milho.
No mercado, as sementes mais comuns são híbridos duplos, que são resultados do cruzamento de dois híbridos simples. Os híbridos simples que, teoricamente, apresentam maior potencial genético para produção e uniformidade tem elevado custo de produção da semente e são destinados somente aos produtores que utilizam altas quantidades de insumos e de controle da cultura.
Uma grande desvantagem da utilização dos híbridos é a necessidade da compra anual de semente. Os grãos produzidos pelo agricultor não devem ser utilizados para semente, porque ocorre grande redução da produtividade, ficando bem menores do que os das variedades. Outra desvantagem é que eles foram melhorados para altas produtividades, mas em condições de pouco estresse para as plantas. Sendo assim, a produção dessas sementes cai muito quando a planta não é adequadamente adubada ou falta água em determinado período de desenvolvimento da cultura.
Como, normalmente, as variedades são mais rústicas, a diminuição de produtividade é menor quando a planta se desenvolve nessas condições em que a fertilidade do solo é baixa ou as condições edafoclimáticas não são as ideais para o desenvolvimento da cultura. A partir disso, o agricultor se vê entre a questão: utilizar o híbrido ou a variedade? Infelizmente, não existe uma resposta que possa ser dada de forma genérica, pois cada um deles é mais indicado para uma determinada situação.
Em uma agricultura de alta tecnologia, com grande uso de insumos, com colheita mecânica e onde os níveis de produtividade têm de ser muito elevados para cobrir os custos de produção, não há dúvidas de que se devem usar as sementes de híbrido. Para o nível de produtividade, normalmente considerado adequado para o agricultor brasileiro, que seria de cinco a seis mil quilos de grãos/ha, existem as chamadas variedades melhoradas, tão produtivas quanto qualquer híbrido.
Quanto à escolha da cultivar a ser plantada (seja ela híbrido ou variedade), como já foi dito anteriormente, é uma das decisões mais difíceis para o agricultor. Considerando que os diferentes tipos de cultivares apresentam grande variação, tanto no custo da semente como no seu potencial produtivo, é óbvio que a escolha da cultivar deve levar em conta o sistema de produção que o agricultor irá usar.
O agricultor deve ter em mente de que nada adianta usar uma semente de alto potencial produtivo e de maior custo, se o manejo e as condições da lavoura não permitirem que a semente expresse o seu potencial genético. Além da produtividade, os produtores devem considerar outros aspectos do milho, como resistência ou tolerância a pragas e doenças, alumínio trocável no solo, tamanho e cor do grão, empalhamento, entre outras características.
A produtividade é um aspecto fundamental na escolha da cultivar, mas a estabilidade também é um fator que, cada vez mais, é considerado, principalmente para a pequena produção, já que o agricultor não pode perder um ano agrícola. É isto o que caracteriza a estabilidade da produção, ou seja, cultivares estáveis são aqueles que, ao longo dos anos e dentro de determinada área geográfica, têm menor oscilação de produção, respondendo à melhoria do ambiente, que ocorre em anos mais favoráveis, não tendo grandes quedas de produção nos anos mais desfavoráveis.
Fonte: Portal Agropecuário
Nenhum comentário:
Postar um comentário