A presidente Dilma Rousseff informou ontem (25/03/13) que se reunirá no
dia 2 de abril com todos os governadores do Semiárido atingido pela seca, para
discutir propostas e ações destinadas a reduzir as consequências da estiagem,
que afeta principalmente a Região Nordeste. O governo federal anunciará a
prorrogação até julho do Bolsa Estiagem e o Garantia-Safra.
Mas, segundo a presidente, poderá haver novas prorrogações porque os benefícios
serão pagos enquanto durar a seca. A Bolsa Estiagem assiste agricultores
familiares com renda até dois salários mínimos em municípios em situação de
emergência ou calamidade pública. O Garantia-Safra ajuda os agricultores cuja
produção foi prejudicada pela seca.
Além dos nove governadores nordestinos, foram convocados para a reunião, que
será realizada em Fortaleza, no Ceará, os governadores de Minas Gerais e do
Espírito Santo, estados que são beneficiados pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Dilma Rousseff garantiu que o governo ampliará as ações em andamento, como o
trabalho do Exército na operação carro-pipa de abastecimento e a venda de milho
aos pequenos produtores a preços mais baixos que os de mercado, mas ressaltou
que é preciso discutir o futuro pós-seca.
"Eu acredito que temos que avançar e assegurar que os mecanismos de
combate à seca sejam permanentes. Não é, de jeito nenhum, que vamos ficar com a
mesma história todo o tempo, mas na hora que acabar a seca e vier a chuva, nós
vamos ter de criar mecanismos que durem e assegurem que as pessoas não sejam
atingidas", disse a presidente durante inauguração da primeira etapa do
Sistema Adutor Pajeú, no município de Serra Talhada, em Pernambuco.
A presidente Dilma voltou a afirmar que o governo federal terá um programa de
recomposição do rebanho morto em decorrência da maior seca da região nos
últimos 50 anos, mas ressaltou que precisam ser tomadas ações para que as
perdas de animais não voltem a acontecer com tanta intensidade. "Vamos ter
que tratar de uma questão que é o estoque da alimentação dos rebanhos, como
garantirmos que haja permanentemente um estoque de segurança de garantia dos
rebanhos aqui na região".
Durante a inauguração da adutora que capta água do rio São Francisco, o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o governos federal e os dos
estados precisam "construir a saída desta seca" e garantir a
segurança hídrica da população.
"Nessa seca não se vê o drama social da fome, da morte das crianças, não
se vê o desespero por comida das pessoas, mas estamos assistindo algo que não
conseguimos proteger ainda, que é a economia. Protegemos as pessoas, que é o
fundamental, e vamos aprender neste momento, a fazer a um só tempo, a proteção
das pessoas e a proteção da economia, e vai ser exatamente nesta reunião [do
dia 2 de abril]", disse o governador.
Segundo Eduardo Campos, a reunião focará não mais na emergência, mas na
articulação de ações que estão sendo feitas. "Precisamos, olhando para o
futuro, buscar na nossa experiência de vida e de formação política os pontos
que devem nos unir para sair deste momento duro, para deixar nosso povo
independente", disse o governador, lembrando que, por muitos anos, a água
foi usada por políticos como moeda de troca por votos na região.
FONTE
Danilo Macedo - Repórter
Beto Coura - Edição
Nenhum comentário:
Postar um comentário