Curso forma um profissional completo para trabalhar no campo
por Teresa Raquel Bastos
O engenheiro agrônomo tem várias opções de áreas para se especializar (Foto: Shutterstock)
Quando se fala em profissões ligadas ao campo,agronomia sem dúvida é uma das primeiras que vêm à mente. Os engenheiros agrônomos são indispensáveis no dia a dia do agronegócio, já que o conhecimento acumulado durante os cinco anos (em média) do curso abrange as mais variadas culturas e criações.
Na faculdade, disciplinas que misturam as ciências biológicas, exatas, sociais e econômicas preparam o agrônomo para lidar com diversas situações que regulam e melhoram a plantação e o rebanho, como preparar o solo ou controlar doenças.
De acordo com o professor da Universidade Federal de Lavras (MG) Renzo Garcia Vonpinho, a variedade de áreas derivadas da agronomia é o diferencial. "É impossível o estudante não se achar no curso, pois existe a possibilidade de atuar desde a área de produção vegetal, passando por economia, estatística e até exportação. Tudo isso pode servir para o estudante se encontrar em uma dessas especialidades".
Mas quem pensa que o agrônomo precisa estar sempre com a mão na terra, sujando a botina, engana-se. "Hoje muitos profissionais estão nos grandes centros, trabalhando com marketing ou comercial. É um conceito muito ultrapassado sobre esta profissão", comenta Renzo.
Durante o curso, as primeiras matérias básicas podem desestimular e não corresponder às expectativas dos estudantes mais ansiosos. "Após o primeiro ano, quando começa o detalhamento e abrangência de temas, os alunos costumam se empolgar mais", diz o professor. A identificação com um tema específico também pode servir de norte. "Comecei a me interessar em milho e hoje sou especialista no grão".
Mercado de trabalho
A demanda por profissionais coloca a agronomia entre as profissões do futuro. Com a crescente necessidade de repensar a oferta de alimentos por conta do aumento populacional do planeta e a característica de um Brasil exportador (especialmente de soja), será sempre necessário o acompanhamento das várias etapas da produção. "Em 1987, quando entrei na graduação da UFLA, já se comentava sobre o Brasil ser potência na produção de grãos. Hoje, já é realidade e ainda crescerá muito nos próximos anos, necessitando de mão de obra especializada".
Com o mercado aquecido e o agronegócio apontado como base do PIB nacional, essa perspectiva é certeira, mas há outras características importantes para a inserção no meio. Como comenta Renzo, "é importante que o profissional se destaque porque a competição está grande. Agrônomos já precisam ter domínio de língua estrangeira. Mestrado e pós-graduação são bem vindos. Empreendedorismo e inovação também fazem parte do currículo ideal".
Onde estudar
Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Lavras (MG). Duração: 4 anos e meio. Vagas por semestre: 100.
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", (ESALQ/USP), campus em Piracicaba (SP). Duração: 5 anos. Vagas por semestre: 200.
Universidade Federal de Viçosa (UFV), campus Florestal de Viçosa (MG). Duração: 5 anos. Vagas por semestre: 45.
Média Salarial
A partir de dez salários mínimos para os que terminam a graduação. Já para quem entra no mercado com mestrado ou pós-graduação, esse valor sobe para cerca de 15 salários mínimos.
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