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Foto Gilberto Costa
Para apresentar as tecnologias desenvolvidas para a cultura da banana, a Embrapa Acre (Rio Branco), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizou Dia de Campo em Brasileia, na terça-feira (21), e em Epitaciolândia na quarta-feira (22) , em parceria com associações de produtores, prefeituras municipais e Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).
Os eventos aconteceram nos Pólos Agroflorestais das duas cidades, como ação do projeto “Transferência de tecnologias para consolidação dos pólos agroflorestais estaduais no território do Alto Acre e Capixaba, com foco na proposta de desenvolvimento sustentável para o Acre”.
Produtores familiares e técnicos da extensão rural conheceram as vantagens produtivas das variedades de banana Thap Maeo, Preciosa e Japira (tipo prata), resistentes à Sigatoka-negra, Sigatoka-amarela e Mal-do-panamá, recomendadas pela Embrapa para plantio no Acre. “Essas variedades são adaptadas às condições de clima e solo da região, proporcionam aumento na produtividade e longevidade aos bananais”, afirma o analista Gilberto Costa, líder do projeto e coordenador das atividades.
A banana é uma fruta produzida em todas as regiões brasileiras e está presente na mesa das diversas camadas sociais. Com uma área cultivada de 511 mil hectares e produtividade média de 19 toneladas/ha/ano, o Brasil é o quinto maior produtor de banana do mundo, com uma produção anual de 7,19 milhões de toneladas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), aproximadamente 84% da produção destinam-se ao consumo interno. Na região Norte, segunda maior produtora do país, apesar das excelentes condições de clima e solo, a cultura enfrenta sérios problemas com a Sigatoka-negra, além da baixa utilização de práticas de manejo, fatores que interferem no desempenho dos plantios.
Entre os objetivos do projeto desenvolvido pela Embrapa Acre estão a implantação de bancos de materiais genéticos das cultivares de banana resistentes a doenças e a capacitação de produtores e extensionistas para apropriação de tecnologias e de conhecimentos técnicos para condução adequada dos plantios e fortalecimento da cultura. Além dos aspectos relacionados à produtividade e alternativas de controle de doenças, pesquisadores e técnicos da Unidade vão enfatizar a importância das técnicas de manejo em bananais e mostrar, na prática, a sua aplicação.
A bananeira, conforme explica o pesquisador Romeu de Carvalho, é uma planta muito sensível à competição por água e nutrientes. As práticas culturais, quando realizadas de forma adequada, e na época indicada, são fundamentais para garantir o bom desenvolvimento das plantas, a produtividade e a qualidade dos frutos. “É necessário realizar o controle de plantas daninhas até os seis meses de plantio, e procedimentos como desbaste, poda, adubação e calagem ao longo do ciclo de vida dos cultivos, conforme recomendações técnicas”, diz.
Segundo o pesquisador, a falta de conhecimentos técnicos e a ausência de informações sobre os benefícios dessas práticas, aliadas à questão cultural, são as principais causas da não adoção de práticas de manejo nos cultivos acrianos. “O produtor acredita que o conhecimento tradicional é suficiente para garantir boa produção”.
Fonte de renda para centenas de famílias de agricultores do Acre, a banana está entre as frutas com grande potencial de mercado. Bastante procurada, seja para o consumo in natura ou para uso na culinária, a fruta tem mercado garantido. Os aspectos econômicos da cultura também serão abordados durante o dia de campo. Segundo Costa, há uma grande demanda comercial para a banana tanto no mercado local como na região de fronteira, por parte de comerciantes bolivianos.
De acordo com o economista Claudenor Pinho de Sá, as variedades resistentes a doenças representam um salto qualitativo na bananicultura. Os resultados no campo mostram que seu cultivo é viável economicamente. “A produtividade média dos plantios é de 20 toneladas/ha/ano e a renda média familiar anual R$ 5.097, mais que o dobro se comparadas às cultivares do sistema convencional. Além disso, por serem livres de doenças proporcionam segurança à cultura e a garantia de que o esforço familiar não será desperdiçado”, explica o analista.
Para o pesquisador, a grande vantagem no cultivo da banana está na renda escalonada proporcionada pela cultura, ou seja, a partir do momento em que os plantios começam a produzir, o produtor tem renda mensal garantida. “Com outras culturas isto não acontece. Esse diferencial serve de incentivo para a permanência das famílias no negócio”, ressalta.
Fonte : Embrapa.
Mais informações:
Gilberto Costa
Embrapa Acre
Contato: 68 3212 3410
gilberto@cpafac.embrapa.br
Diva Gonçalves(MTb 0148/AC)
Embrapa Acre
Contato:(68) 3212 3225
diva@cpafac.embrapa.br
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