quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pesquisadores se reúnem com a cadeia da batata na Bahia

Foto Embrapa
Pesquisadores se reúnem com a cadeia da batata na Bahia













Um grupo de pesquisadores de diferentes partes do Brasil se reuniu com a cadeia da batata em Mucugê/BA, na Chapada Diamantina, para saber o que setor quer e precisa da área científica. O “Programa de Melhoramento Genético da Batata” da Embrapa ouviu produtores, industriais, fornecedores e distribuidores do tubérculo para orientar o trabalho de desenvolvimento de novas cultivares. A idéia foi conhecer as necessidades do segmento.
O encontro foi organizado pelo Programa em parceria com a Associação Brasileira da Batata (ABBA), que reúne os maiores produtores e industriais do país. A cadeia entendeu a importância do momento e passou sua mensagem: o setor quer material genético de qualidade, que aumente a produtividade ao mesmo tempo em que melhore a aparência do tubérculo.



A indústria de batata pré-frita – aquela encontrada congelada no supermercado, no formato palito – demanda 300 mil toneladas do tubérculo por ano. Por falta de material de qualidade, o Brasil só consegue produzir 70 mil toneladas. Hoje, apenas uma variedade de batata é plantada no país. A cultivar é importada e sofre para se adaptar às condições brasileiras.

“Este é mais um grande desafio para a pesquisa. Temos que criar soluções. O importante é estarmos caminhando ao lado da cadeia, sabendo o que as pessoas precisam”, expõe o pesquisador líder do Programa, Arione Pereira, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS).  “O Programa quer e está ouvindo a cadeia para saber no que precisamos concentrar esforços. É uma nova maneira de transferir tecnologia, que começa logo no início do processo científico”, complementa.

Outro exemplo de caminho a ser seguido em conjunto veio com as batatas utilizadas para fazer os chamados chips. Todo o consumo industrial neste segmento vem de fora. Um dos objetivos do Programa de Melhoramento é criar materiais para dar autonomia à produção nacional.

A batata é o terceiro alimento mais consumido no mundo, atrás apenas do arroz e do trigo. No Brasil, a espécie tem um potencial exclusivo e bem característico. O tubérculo pode ser plantado no país o ano inteiro.

Inovação

O “Programa de Melhoramento da Batata” da Embrapa trabalha no desenvolvimento de novas cultivares. A meta é prover o país de materiais genéticos de qualidade para alavancar e qualificar a produção nacional.

Um grande diferencial está em fazer a chamada transferência de tecnologia – troca de informações com o setor produtivo – durante todo o processo. Entra em cena a proposta de ouvir a cadeia durante todo o trajeto para saber exatamente o que desenvolver e quais são as características desejáveis.

A cada ano o Programa organiza uma reunião para, além de ouvir a cadeia produtiva, avaliar internamente os trabalhos e conhecer regiões produtoras. Foi o caso de Mucugê, grande pólo produtor baiano que abastece praticamente quase todo o Nordeste. “Esta nova fronteira agrícola se destaca pela proximidade ao mercado nordestino, o que proporciona remuneração da produção a um preço mais elevado que outras regiões produtoras”, relata o pesquisador Giovani Olegário da Silva, da Embrapa Hortaliças, que desenvolve suas atividades de pesquisa no Escritório de Negócios de Canoinhas/SC da Embrapa. “O manejo empregado na região para a produção de batatas é bastante tecnificado”, complementa.

Para o pesquisador da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) Ítalo Guedes, destaca-se no saldo do encontro da Bahia o “entendimento com vistas ao uso dos nossos materiais para testes”. Para ele, a troca de informações conjunta entre pesquisa e produção possibilitou aos pesquisadores discutir a inserção de novos caminhos para a pesquisa da batata.

Desde 2004, o Programa lançou duas novas cultivares de batata. A BRS ANA foi lançada em 2007 e contém alto teor de matéria seca, sendo adequada para o processamento como palito pré-frito. Já a BRS Clara, com resistência a requeima, doença que costuma devastar a produção, foi lançada em 2010.

Pesquisadores

O Programa envolve três Unidades da Embrapa: Clima Temperado, Hortaliças e Transferência de Tecnologia (Escritório de Negócios de Canoinhas).

Bruno Zamora Teoro  (SC3005JP)
Embrapa Clima Temperado
Contato: (53) 3275-8211 - (53) 8136-4236
bruno.zamora@cpact.embrapa.br 

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