segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Plantio de oliveiras cresce no Brasil

Aumento da demanda por azeite aquece produção nacional


por Luciana Franco
 Shutterstock 
O cultivo de azeitonas ainda é pequeno no Brasil, mas começa a ganhar fôlego com iniciativas que espalham por diversos estados brasileiros. O Rio Grande do Sul é atualmente o polo mais desenvolvido, mas cultivo se expande também nos estados do Paraná, de Minas Gerais e São Paulo.

Em Minas Gerais, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) ajudou a disseminar pequenas lavouras em diversas regiões do estado. Já em São Paulo, um grupo de estudos foi criado para pesquisar a cadeia da oliva. O aumento das ações nesta área reflete a crescente demanda pelo produto, já que o Brasil gasta anualmente R$ 400 milhões na importação de azeitonas de mesa e de azeite. O volume de compras dobrou nos últimos cinco anos e a maioria das aquisições é feita na União Europeia (85%) e Argentina (13%). 





Como ainda é uma atividade nova no país, são poucas as estatísticas disponíveis sobre a cadeia, mas os recentes cultivos mostram que as variedades utilizadas – oriundas da Europa – são aptas ao clima e solo brasileiros. "Trazemos seis variedades, sendo que a mais cultivada é a Arbequina, originária da Espanha", avalia Gabriel Bertozzi, da Agromillora, unica empresa que comercializa mudas de oliveira no Brasil. Pelos cálculos de Bertozzi, são cultivadas cerca de 130 mudas de oliveira por ano no país. A maior parte dessas lavouras vai render sua primeira colheita no próximo ano. "Acreditamos que o Brasil tem grande potencial para produzir um azeite de qualidade", diz Fernando Rotondo, produtor em Santana do Livramento (RS), que cultivou 12 mil mudas na região.

Pesquisadores, produtores e representantes do varejo do azeite se reúnem em São Paulo para discutir os principais desafios da cadeia na Expoazeite, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, em São Paulo. Como o cultivo de é recente no país, alguns entraves precisam ser solucionados, entre os quais se destaca o espaçamento do plantio. "O plantio muito adensado eleva os custos, pois requer a poda das árvores, que é uma operação cara. Os menos adensados também tem se mostrado mais produtivos”, afirma Bertozzi.

Outra questão que ainda vem sendo estudada é a do clima. As variedades cultivadas no Brasil foram trazidas da Europa, onde o clima é temperado e estão sendo cultivadas em áreas de clima similar, "mas existem azeites excelentes em Marrocos, Grécia e Israel, regiões quentes e isso nos leva a crer que poderíamos testar variedades destas regiões ", avalia Angélica Prela Pântano, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

O IAC, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), a Coordenadoria de Assistencia Técnica Integrada (Cati) e a Agência de Serviço Settore Agroalimentare Marche (Assam), da Itália, estão realizando um zoneamento no estado de São Paulo. "Municípios próximos à Serra da Mantiqueira e no sul do estado de São Paulo apresentam boas condições de cultivo no Brasil", diz Angélica.

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