terça-feira, 19 de março de 2013

Alimentação de bovinos no inverno


Em alguns lugares, os animais chegam a perder mais de  80 Kg no período mais frio do ano.

Por Beatriz Lazia
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O produtor deve manter um volumoso e uma pequena parcela de suplementação proteica, já que o intuito é não deixar o gado perder peso
É bem verdade que o pasto é capaz de suprir boa parte das necessidades dos bovinos, mas isso acontece no período de outubro a abril, sendo que começa a existir uma escassez depois desse período. Por isso, a fim de evitar a perda de peso do gado, os pecuaristas devem contornar a situação com o fornecimento de comida no cocho e volumosos, como cana-de-açúcar, silagem e feno.
Para tal contorno de situação, faz-se necessário uma definição de estratégias de suplementação alimentar para o período de inverno. Tais estratégias serão responsáveis por regular a oferta e a qualidade da matéria seca que será consumida pelo animal, visando a escolha para cada categoria de animal e qual o ganho de peso e de peso vivo pretendido pelo pecuarista.
Quando essa estratégia visa a quantidade de alimentação suplementar significativa, ela tem o mérito de ajudar na redução da pressão de pastejo. Dessa forma, uma boa parte do consumo voluntário da pastagem é substituída pelo consumo de matéria seca suplementada. E isso é muito importante, pois vemos casos de pecuaristas que são obrigados a vender o gado como forma de reduzir a pressão de pastejo.
Muitas vezes a perda de peso do gado está relacionada a questões sanitárias e alimentares, mas não se restringe somente a isso. Em alguns lugares, os animais chegam a perder mais de 80 Kg no período de inverno. Isso porque nesse período o pasto fica mais ralo e falta comida para o gado. Para que isso não aconteça, é importante que haja uma fonte de alimentação suplementar.
O produtor deve manter um volumoso e uma pequena parcela de suplementação proteica, já que o intuito é não deixar o gado perder peso. Mas, para isso existe um período de adaptação por parte dos animais. E, quando chegar o período de inverno, o produtor já deve ter a cana estabelecida ou a silagem pronta. Para tanto, faz-se necessário um planejamento da necessidade alimentícia dos animais no período em questão.
Levando em conta as diferentes regiões do Brasil, aconselha-se a utilização da cana-de-açúcar para produtores do norte e do noroeste. No entanto, a cana tem apenas 2% de proteína, sendo necessário acrescentar ureia e sulfato de amônia para elevar o seu teor de nitrogênio. No centro-sul é possível ter pastagens como aveia e azevém no inverno, porém, ainda assim, é necessário o uso de suplementação. No caso da aveia, ela apresenta em média 15% de matéria seca e muita água. Por isso, é preciso dar um volumoso e complementar com horas de pastejo, dependendo da disponibilidade de alimento.
Portanto, para que o produtor não tenha problemas com perda de peso do gado durante o inverno, é importante que ele planeje tudo, desde ao suplemento que irá fornecer ao animais até o que será gasto com alimento concentrado, seja ração, farelo de soja, farelo de trigo, ou qualquer outro. O planejamento deve focar as metas anuais de desfrute do rebanho, de forma a equilibrar a soma da produtividade de peso vivo entre verão e inverno.

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