sábado, 16 de março de 2013

Liberados agrotóxicos para controle da lagarta na Bahia


O registro para utilização restrita dessas sustâncias foi concedido em caráter emergencial após negociações entre ministérios

por Globo Rural On-line
 Shutterstock
Os agrotóxicos foram liberados para controlar o avanço da lagarta Helicoverpa zea que está atacando lavouras de algodão
Para controlar o avanço da lagarta Helicoverpa zea que está atacando lavouras de algodão, na região oeste da Bahia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o uso de dois produtos biológicos (Virus VPN HzSNPV e Bacillus Thuringiensis) e três químicos(Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe), no combate à praga. Estes agrotóxicos já possuem registro no Brasil e a extensão da aplicação destes será publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (15/3). A partir desta data, os produtos já estarão disponíveis para comercialização. 

Segundo o secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, a situação estava afetando 1,5 mil produtores que estavam fazendo cerca de seis pulverizações nas lavouras, mas o caso não se resolvia. Estima-se uma perda de 15% na produção de algodão e 10% na de soja. 

Salles acrescenta, ainda, que nas lavouras de algodão os produtores estavam gastando cerca de US$ 300 por hectare na pulverização. O oeste baiano planta cerca de 270 mil hectares de algodão. Nas lavouras de soja, o custo aumentou em US$ 100 por hectare. São cerca de 1,3 mil hectares plantados com o grão na região. Com isso, estima-se um prejuízo em cerca de US$ 500 milhões (quase R$ 1 bilhão). 

A inserção para utilização restrita dessas sustâncias foi concedida em caráter emergencial após negociações entre osMinistérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, no âmbito do Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxicos (CTA). Outras estratégias também estão sendo estudadas para tratar das contingências e serão aprovadas ao longo da validade da emergência. 

O ministro Mendes Ribeiro Filho entrou em contato com o governador da Bahia, Jacques Wagner, no início do mês de março, para informar sobre as medidas adotadas pelo ministério da Agricultura. Mendes Ribeiro também determinou que aEmbrapa designasse pesquisadores para acompanhar o assunto. Além disso, o Mapa criou ainda um gabinete de emergência fitossanitária, na Bahia, com o apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado.

Vazio sanitário
O diretor de Sanidade Vegetal do Ministério da AgriculturaCósam de Carvalho Coutinho, afirmou que o estabelecimento de "vazio sanitário", período em que seria proibido o cultivo de lavouras, pode ser uma das medidas recomendadas para conter o avanço da lagarta Helicoverpa zea, também conhecida como lagarta da espiga do milho, que antes era uma praga secundária e neste ano já provocou prejuízo estimado em R$ 1 bilhão nas lavouras de algodão no oeste da Bahia. 

Coutinho afirmou que o vazio sanitário está entre as ações emergenciais de controle da Helicoverpa que serão discutidas nos dias 3 e 4 de abril por especialistas num seminário que será promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ele explicou que o aumento da incidência da lagarta, que migrou para as lavouras de algodão e soja, está associado a questões de manejo das lavouras que devem ser melhor estudadas, como o cultivo do milho transgênico (Bt). O milho Bt tem toxinas que matam as lagartas. 

Em relação à autorização emergencial pelo governo federal de cinco defensivos agrícolas para controle da Helicoverpa (dois biológicos e três químicos), Coutinho afirmou que o prazo de uso previsto em lei é de 24 meses, que será suficiente para encontrar soluções para o controle da praga. Ele disse que os produtos já são registrados para outras culturas e que agora serão liberados para uso também em lavouras de soja e algodão

Com informações do Mapa



Nenhum comentário:

Postar um comentário