Priscila Viudes
A Embrapa apresentou, para os agricultores de Acrelândia, dois métodos de controle da sigatoka-negra, a doença mais destrutiva da cultura da bananeira, que provoca queda na produtividade e prejuízos para os produtores rurais. Uma das alternativas apresentada foi a aplicação de um fungicida na axila da planta, método recomendado para a banana comprida, que não apresenta variedade resistente à doença.
A pesquisa ainda não está finalizada, mas os dados preliminares têm sido bastante satisfatórios. “Com o tratamento nós conseguimos reduzir a incidência da doença para apenas 10% do bananal. Nas plantas que não receberam foi registrada uma incidência de 40%.”, afirma a pesquisadora Sônia Regina Nogueira.
O consumo da banana comprida pela população acreana é alto. “O curso é muito importante, porque apresenta uma solução simples para controlar a principal doença da bananeira, que além de prejudicar a produção anual, compromete a qualidade do fruto que irá para o consumidor. Nos cursos mostramos, na prática, a aplicação do fungicida contra a sigatoka-negra e as variedades de banana resistentes esta doença, desenvolvidas pela Embrapa”, diz Sônia.
O agricultor João Câmara, do Ramal Samaúma, cedeu uma área em sua propriedade para a instalação de uma unidade de observação e tem acompanhado o experimento. “Tenho notado que a planta dessa área está mais bonita. Quero usar esse método no resto do meu bananal porque se não tiver uma forma de controle dessa doença não é possível melhorar o plantio”, afirmou.
O curso mostra ainda a importância dos produtores realizarem todas as etapas do manejo para evitar a sigatoka-negra. “É fundamental pensar no plantio desde a escolha da área até os tratos do cultivo da bananeira”, afirma Sônia.
Bananeiras com seringueiras
Outro aspecto abordado durante o curso é a demonstração de plantio de bananeiras na entrelinha de seringueiras. Através de análises comprovou–se que a banana que é cultivada sobre seringueira, tem muito menos doenças, do que a banana que é cultivada em pleno sol. Foram instaladas três unidades em áreas de produção de seringa, onde os produtores além de explorar o látex fazem também o plantio de banana.
A cultura da banana é a segunda de maior importância do estado, que gera renda e movimenta o mercado. No Acre, há cerca de 6 mil hectares de área plantada com bananeira, o principal município produtor é Acrelândia. Segundo o analista da Embrapa Acre, Gilberto Costa, o valor da produção de banana, em 2010, foi de 19 milhões de reais, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esse valor supera a produção de madeira e de castanha do período”, disse.
Este curso faz parte do projeto Transferência de alternativas tecnológicas para convivência com a sigatoka-negra em bananeira no Estado do Acre, executado pela Embrapa Acre. A Embrapa organizou quatro cursos com esse enfoque e até o final do ano serão realizados mais duas edições. Foram instaladas Unidades de Observação no projeto de desenvolvimento rural Bonal (Senador Guiomard), em Acrelândia e no Ramal Samaúma (Plácido de Castro). A capacitação conta com a parceria da Secretaria de Extensão e Produção Agroflorestal (Seaprof), Ciga, empresa que presta consultoria técnica em projetos de assentamento, e da Associação dos Produtores de Banana do Município de Acrelândia (ASPBAC). (Texto: Priscila Viudes Mtb 030/MS, Embrapa Acre).
Fonte:
Priscila Viudes | Jornalista (DRT 030/MS)
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