domingo, 13 de outubro de 2013

Nematoide da goiabeira: prevenir ainda é o melhor caminho


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Flavia Rabelo
Nematoide da goiabeira: prevenir ainda é o melhor caminho
O cultivo de goiabeira, nas mais diversas regiões do país, sofre com a constante ameaça de um inimigo perigoso. Trata-se deMeloidogyne enterolobii, conhecido como nematoide-das-galhas, que pode provocar desde a perda de produtividade até a morte das plantas.
Este inimigo, no entanto, não age sozinho. Quando infecta as goiabeiras, ele deixa “portas abertas” para um fungo de solo, chamado de Fusarium solani, que se aproveita da oportunidade e acelera o processo de definhamento e morte das plantas.
Apesar de ser um problema bastante conhecido pelos produtores, o controle do nematoide ainda é um grande desafio. E é por essa razão que instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão buscando medidas mais efetivas e duradouras para minimizar os prejuízos que ele causa.
O pesquisador José Mauro da Cunha e Castro, da Embrapa Semiárido, alerta que, enquanto não se encontram soluções mais definitivas para este problema, é de fundamental importância que os produtores adotem medidas para prevenir a ocorrência do nematoide nas áreas de produção de goiabas.
Entre os aspectos apontados pelo pesquisador, o primeiro, e mais importante, diz respeito ao planejamento da implantação de um pomar de goiabeiras. É recomendado que se faça uma coleta de amostras de solo e, se possível, de raízes de plantas, de forma a representar a área a ser cultivada. Se necessário, o produtor pode recorrer a um profissional da assistência técnica para obter informações sobre o procedimento adequado de coleta das amostras.
Material coletado
Os materiais coletados devem ser encaminhados para um Laboratório de Nematologia, onde são feitas a extração, detecção e identificação dos nematoides. Após a análise, é emitido um laudo técnico, e é com esse resultado que é feita a recomendação ou não do plantio de goiabeiras.
Caso a área esteja adequada, o segundo aspecto a ser observado pelo produtor se refere à qualidade das mudas. Recomenda-se que elas sejam adquiridas em viveiros registrados nas Agências Estaduais de Defesa Fitossanitária, a exemplo da ADAGRO em Pernambuco e da ADAB na Bahia, e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além disso, o produtor deve observar se as mudas apresentam bons aspectos de formação e fitossanitário, se têm sistema radicular bem formado e se não apresentam de sintomas de ataque de pragas na parte aérea.
De acordo com o pesquisador, o produtor também pode solicitar ao viveirista o laudo laboratorial que ateste a sanidade das mudas quanto à ausência de nematoides. Caso ele não possua o laudo, o cliente pode solicitar mudas do lote a ser adquirido e levar para análise em um laboratório especializado. Para isso, deve ser feita coleta, ao acaso, de 0,5% das mudas a serem adquiridas.
Atendidas essas duas exigências principais, é importante atentar para aspectos relacionados ao solo. Assim, recomenda-se que amostras de solo sejam encaminhadas a um laboratório para análise química, visando fazer as correções necessárias ao início do cultivo, as quais são feitas por meio da calagem para ajuste do pH e da adubação de fundação.
Estando a área devidamente preparada, pode ser dado início ao transplantio das mudas. No entanto, José Mauro da Cunha e Castro alerta que, somente conhecer o histórico da área por meio da análise laboratorial e adquirir mudas sadias, não é suficiente para evitar problemas com nematoides e, consequentemente, com o declínio da goiabeira.
Segundo ele, é preciso ter atenção em todas as fases do cultivo. Desde a fase de preparação da área, cuidados deverão ser tomados para que máquinas, equipamentos agrícolas, animais e pessoas não sejam veículos de contaminação do solo a ser cultivado. Também, o fluxo de água excedente de irrigação ou de enxurradas provenientes de áreas contaminadas deve ser evitado.
Por fim, o pesquisador recomenda que, durante a condução do pomar, análises periódicas do solo e das folhas sejam feitas para subsidiar o manejo nutricional das plantas.
Mais informações:
José Mauro da Cunha e Castro – Pesquisador Embrapa Semiárido
Fernanda Birolo – Jornalista (MTb/AC 81)
Marcelino Ribeiro – Jornalista (MTb/BA 1127)
(87) 3866-3734
Fonte: Embrapa

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