terça-feira, 2 de agosto de 2011

Usina paralisa as atividades por falta de cana-de-açúcar

Falta de matéria-prima faz indústria de etanol e açúcar fechar as portas em Minas Gerais

por Globo Rural On-line
 Shutterstock 
 
Matéria-prima começa falta em Minas Gerais e usina do grupo Infinity Bioenergy suspende as atividades
Uma das seis unidades industriais do grupo Infinity Bioenergy, a usina Paraíso, localizada em São Sebastião do Paraíso, interior de Minas Gerais, paralisou a produção de açúcar e etanol por falta de matéria-prima para moagem. Segundo informou a assessoria de imprensa do grupo, 200 funcionários que trabalhavam na unidade foram demitidos e serão contratados para trabalhar em outras usinas da região. Os demais continuam o trabalho de corte e transporte da cana-de-açúcar já plantada nos cerca de 400 mil hectares na região mineira. Segundo a empresa, esta cana será vendida para outras usinas mineiras.

Mesmo com a paralisação das atividades na unidade Paraíso, o grupo pretende processar ainda nesta safra 6,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para produzir 310 milhões de toneladas de açúcar e 320 milhões de litros de etanol. O grupo Infinity Bioenergy enfrentava um processo de recuperação judicial havia dois anos e possui outras cinco usinas, localizadas nos estados de
Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia. Todas, de acordo com a assessoria, continuam suas atividades normalmente.

A escassez de matéria-prima para produção de açúcar e etanol atinge toda a
região Centro-Sul, a maior produtora nacional. Nesta semana, a União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (Unica) reviu as estimativas iniciais da safra e anunciou uma queda de 4% nesta safra, em relação à anterior. Agora, a projeção é de uma colheita de 533,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Álcool de Minas

Em Minas Gerais, que possui cerca de 45 unidades industriais de açúcar e etanol, é um dos principais estados produtores. Nesta temporada, a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) anunciou a queda de 17% na produção atual quando comparada ao ciclo passado. Até agora, Minas já colheu 20,6 milhões de toneladas de cana. A produção de etanol atingiu 798 milhões de litros, uma queda de 24% em relação a 2010/2011 e a de açúcar, 1,08 milhão de toneladas, redução de 17,5%.

A revisão da estimativa de safra em Minas Gerais indica que o estado moerá este ano 51,5 milhões de toneladas de cana, 3 milhões a menos que os 54,5 milhões de toneladas moídas na safra 2010/11. Segundo o gerente-executivo, Mário Campos, essa redução é consequência da forte crise financeira vivida pelas empresas nos últimos anos, o que reduziu os investimentos em

renovação e tratos culturais do canavial. “Fatores climáticos também colaboraram para a redução, como a forte seca que atingiu as áreas de cana em 2010 e o veranico ocorrido em maio deste ano”, afirmou.

De acordo com a nova estimativa, a produção de açúcar alcançará 3.08 milhões de toneladas, apresentando uma queda de 5,4% sobre a safra passada e de 12% sobre a estimativa inicial. A produção de etanol no estado também reduzirá totalizando 2,21 bilhões de litros, com queda de 13,4% sobre os 2,55 bilhões produzidos na safra passada. Serão produzidos 700 milhões de

litros de anidro e 1,51 bilhões de litros de hidratado. A produção de anidro será a única a apresentar crescimento sobre a safra passada, 17%, contra uma queda de mais 22% na produção de hidratado.

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