sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Cultivo protegido requer conhecimento técnico para garantir boa produtividade

Foto Embrapa
Cultivo protegido requer conhecimento técnico para garantir boa produtividade
O cultivo protegido é uma alternativa viável ao produtor que deseja assegurar a produção de variedades em qualquer época do ano, independente das condições climáticas. Contudo, não basta proteger os cultivos com telados, resguardando-os de chuvas intensas e frequentes, se as condições reproduzidas no ambiente do cultivo protegido não forem ideais em termos de solo, adubação e irrigação.

Por isso, o pesquisador Ítalo Guedes, da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), ressalta a importância de o produtor conhecer as necessidades fisiológicas da planta para criar um ambiente favorável ao seu pleno desenvolvimento. “No cultivo protegido, o agricultor tem que ser mais tecnicamente preparado. Se quer manejar bem a fertirrigação, tem que entender um pouco de irrigação e de química”, exemplifica.
Segundo ele, determinados fertilizantes não podem ser misturados no mesmo recipiente, uma vez que há certas reações que inviabilizam o desenvolvimento da planta. “Não necessariamente o produtor em cultivo protegido precisa ser agrônomo ou químico, mas ele também não pode ser leigo nesses assuntos. É preciso saber em qual temperatura a planta produz melhor, qual a necessidade de luminosidade, entre outros detalhes”, pontua.
Muito utilizada para produção de hortaliças e plantas ornamentais, a técnica do cultivo protegido tem se expandido no Brasil, embora ainda não haja estatísticas oficiais sobre o total da área. “Devido a sua dimensão continental, há diferentes razões para a prática do cultivo protegido no Brasil. No Sul, o objetivo é proporcionar temperaturas mais altas. Já na Amazônia, tenta-se criar o efeito guarda-chuva para evitar que a umidade excessiva aumente a incidência de doenças nas plantas”, explica Ítalo.
Ele ainda aponta que, no caso das hortaliças, não se pode tirar a qualidade da equação e pensar somente em produtividade. Assim, se em períodos chuvosos, a produção e a aparência de hortaliças fica fragilizada, o cultivo protegido propicia a oferta no mercado de bons produtos na entressafra, quando os preços são mais vantajosos.
Além disso, no cultivo protegido, quando se tem conhecimento técnico, é possível aumentar a segurança na produção e valorizar ainda mais produtos que, por si só, já são rentáveis. O pesquisador assinala que “hortaliças de maior valor agregado, como pimentão e tomate grape, são muito produzidas em cultivo protegido e asseguram um bom retorno financeiro”.
Por outro lado, é necessário considerar as especificidades do cultivo protegido no manejo de solo, de água e, inclusive, da planta para que a ocorrência de problemas não inviabilize e torne excessivamente custosa a produção. Principalmente no cultivo protegido em solo, cuidados como dosagem de adubos, rotatividade de culturas e aplicação de material orgânico são essenciais para que a prática seja compensadora.

Paula Rodrigues (MTB 61.403/SP)
Embrapa Hortaliças
(61) 3385-9109
paula.rodrigues@cnph.embrapa.br

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