Com dois genes desenvolvidos pela Monsanto e um pela Dow Agrosciences,
variedade controla sete lagartas e tem tolerância a dois tipos de herbicidas.
Marcelo Lara | Indianópolis (MG)

Foto: Governo do Paraná
Milho PowerCore foi desenvolvido com múltiplos genes para enfrentar pragas e plantas daninhas e ao mesmo tempo com tolerância a dois tipos de herbicidas: o glifosato e o glufosinato
A produção brasileira de milho cresce em produtividade. Os produtores aprenderam rapidamente a apostar em novas tecnologias para reduzir custos, facilitar o manejo e continuar aumentando o rendimento da lavoura. Pensando nisso, a Dow AgroSciences e a Monsanto vão lançar comercialmente o milho PowerCore no Brasil já no final deste ano, e apenas mais tarde farão o lançamento na Argentina e nos Estados Unidos.
O milho foi desenvolvido com múltiplos genes para enfrentar pragas e plantas daninhas e ao mesmo tempo com tolerância a dois tipos de herbicidas: o glifosato e o glufosinato. As empresas estão trabalhando para atender os pontos mais frágeis no campo do manejo a produtividade.
Na maior estação de pesquisa no Brasil da Dow Agrosciences, dos mais de 500 hectares de terras, 140 hectares são destinados ao desenvolvimento de transgênicos. O presidente da empresa no Brasil, Ramiro De la Cruz, explica que é primeira vez que a Dow lança uma nova tecnologia em solo brasileiro antes de comercializar nos Estados Unidos. Por uma razão simples, o país vem mostrando os melhores resultados no mercado mundial de sementes e defensivos.
– O maior crescimento em sementes no mundo da nossa empresa é no Brasil. A participação do mercado que a Dow AgroSciences tem no Brasil é mais alto do que nos Estados Unidos e na Argentina, e os materiais que temos aqui são extraordinários – defende o presidente da empresa no Brasil.
O milho que consegue controlar com eficiência sete lagartas – entre elas a mais agressiva, que é a lagarta do cartucho – tem duas proteínas ou genes desenvolvidos pela Monsanto e um pela Dow. A parceria fecha o pacote tecnológico, explica o gerente de pesquisa e desenvolvimento e coordenador de projetos de Biotecnologia da Dow na América Latina, Antonio Cesar Santos.
– Uma empresa tem alguns produtos, alguns genes que trabalham bem para uma ou outra praga, então atende uma das necessidades do produtor. A outra empresa tem outro produto que atende outras necessidades. Esta parceria funciona de forma a atender melhor todas as necessidades que o produtor tem. Um outro ponto é que, à medida que você tem mais proteínas ou genes de controle de insetos, você diminui a probabilidade de ter desenvolvimento de resistência. Isso aumenta a durabilidade da tecnologia – destaca coordenador.
A biotecnologia na agricultura passou a se intensificar a partir da década de 1990. Apesar de ainda enfrentar uma certa resistência da sociedade, ela vai avançando. Para o futuro, os pesquisadores trabalham para encontrar novos genes que possam ajudar no controle de outros insetos além das lagartas.
– Um dos pontos que hoje não está coberto pela tecnologia BT é o controle de insetos sugadores. Isso é uma coisa a longo prazo, mas seria bom ir agregando novas proteínas para novos produtos – conclui Santos.
Fonte :CANAL RURAL
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