sexta-feira, 28 de junho de 2013

Por uma agricultura mais forte

Por Herbes Araujo 
Graduando em de Agronomia 8º semestre - UESB
Caros leitores, ultimamente temos visto diversas manifestações por todo o país em busca de melhorias no transporte público, educação, saúde, segurança dentre outros. Mas ao meu vê pouco se houve falar sobre mudanças referentes à agricultura, o descaso do governo é algo que assola nossa agricultura há algum tempo, trazendo grandes prejuízos aos produtores. Para um melhor entendimento do que estou falando irei citar alguns pontos em que o governo “maltrata” a agricultura brasileira.

Primeiro - Irei falar sobre a questão da disputa dos índios com produtores rurais, por terras. Nada contra os primeiros habitantes do país, mas acho absurdo tanta terra, nas mãos de quem não gera emprego e renda pro Brasil, essas terras que estão sendo desapropriadas contribuem com uma enorme parcela no PIB, índios que me desculpem, mas estas em suas mãos para que? Plantar mandioca e milho? Sem contar o tal Código florestal que para mim ainda não passa de uma lenda, tanto tempo em discussão e nada foi feito realmente de concreto, vale ressaltar que a demanda de alimento aumenta cada vez mais e para que isso seja suprido é necessário o aumento das áreas cultiváveis.

Segundo - É a respeito do ataque da lagarta Helicoverpa armigera, que está presente em 11 dos 15 estados que produzem algodão no Brasil, sem contar que essa lagarta é polífaga, ou seja, se alimenta de várias culturas o que agrava ainda mais a situação, sendo de inicio confundida com outras espécies de Helicoverpa, o que dificultou diretamente no seu controle. No oeste da Bahia os prejuízos estão em torno de 2 bilhões de reais, segundo um grupo de produtores a solução mais obvia seria a utilização do inseticida a base de benzoato  de emamactina, que é adotado nos EUA, Austrália e na Ásia no controle de lagartas. O ministério da agricultura de forma emergencial autorizou o uso do produto, mas por questões burocráticas de alguns órgãos até meados de maio não tinha sido usado nas propriedades, esse descaso todo por parte de algumas autoridades, creio eu que também por parte de alguns ambientalistas só faz aumentar o prejuízo dos produtores, a lentidão do governo é de espantar qualquer um, os produtores pedem socorro para poderem salvar  o que lhes resta da safra 2012/2013, e que a safra 2013/2014 já não comece com prejuízos e seja menos afetada com Helicoverpa armigera.

Terceiro - E mais recente é o grave problema da logística com a produção de grãos no Brasil, é lastimável como um país que bate recordes de produção de soja, milho não tenha onde armazenar sua produção, segundo alguns órgãos temos a capacidade de armazenar 75% da produção agrícola, a menor entre nossos principais competidores, se compararmos com os EUA o maior produtor mundial de grãos este possui capacidade para armazenar 130% de sua produção, no Brasil segundo a Conab está safra será de 184 milhões de toneladas, sendo possível armazenar 143 milhões de toneladas, com um déficit de 41 milhões de toneladas, produtores brasileiros temem realizar a colheita da 2ª safra e não ter onde armazenar sua produção , uma vez que os armazéns ainda estão com os grãos da 1ª safra, se não bastasse temos estradas deterioradas, algumas quase que intransitáveis, pagamos um dos mais altos valores  de frete  por tonelada de grãos transportados até o principal destino que é a China.

Brasil - China: US$ 190,00
Argentina – China: US$ 102,00
USA – China: US$ 71,00

Isso ocorre porque o nosso transporte é basicamente feito via rodovias, sendo que nosso pais muito extenso encarecendo o preço dos fretes, por outro lado o território  dos EUA é maior que o nosso no entanto o frete é bem mais barato devido o transporte até os portos serem via hidrovia. Nossos portos estão defasados, grandes filas se formam para poder descarregar, sem contar que no transporte por rodovia se perde em torno de 10%. Uma alternativa bastante viável seria o uso do transporte por hidrovia, com um custo bem mais baixo, no entanto o que emperra no progresso das hidrovias como é o caso do Porto de Santo Antônio das Lendas, em Cáceres (MT), são ONGs, alguns ambientalistas, e principalmente a lentidão do governo.

Resumindo esse simples texto, esse fatores que citei acima são alguns dos empecilhos em que os produtores passam no seu dia a dia, ficando claro que os governantes pouco se preocupam com a agricultura brasileira, uma vez que esta contribui e muito com a economia do país, então para que possamos crescer cada vez mais, produzindo bem e com qualidade, é necessário que as autoridades competentes olhem de uma forma diferente para a agricultura brasileira e que as decisões sejam tomas de maneira mais ágil , pois o futuro é amanhã e esse não espera.

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