terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pesquisa identifica substâncias antioxidantes em suco de umbu

Foto Embrapa
Pesquisa identifica substâncias antioxidantes em suco de umbu
As substâncias são os chamados polifenóis que, de acordo com estudos científicos das áreas médica e nutrição, ajudam a combater radicais e doenças cardiovasculares, prevenir a formação de tumores e retardar envelhecimento. Em algumas das amostras analisadas, as quantidades encontradas (IPT 36) ficaram próximas das registradas em sucos de uva processados a partir da variedade Isabel Precoce (IPT 40).
Os dados são de estudos realizados por pesquisadoras da Embrapa Semiárido e uma professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF-Sertão), e acrescentam à cadeia de conhecimento da fruta nativa da caatinga, uma importante informação nutricional e de apelo comercial.
Características antioxidantes são muito valorizadas na indústria de alimentos. Produtos com essas qualidades adquirem mais e mais consumidores cativos. Assim, a presença de compostos dessa natureza é um ingrediente valoroso para as pequenas fábricas de processamento de umbu agregarem aos seus produtos.
Os resultados ainda não são definitivos, afirma a pesquisadora da Embrapa Ana Cecília Poloni Rybka. Os dados foram obtidos com o aparelho Espectofotômetro e por meio de um método que é mais utilizado para determinar Índice de Polifenóis Totais (IPT) em vinhos. O próximo passo da pesquisa será medir a quantidade de compostos fenólicos com procedimentos técnicos usados com mais frequência na sua identificação.
Avaliação 
O processamento de frutos de umbuzeiro é uma atividade em franco crescimento nas áreas rurais de vários territórios da região Nordeste. Esta forma de exploração mobiliza famílias de agricultores em pequenas comunidades rurais porque é mais rentável que a comercialização dos frutos in natura, oriundos da coleta extrativista.
Um saco de 60 kg de frutos costuma ser vendido na região por menos de R$ 20,00. O suco de umbu elaborado no sertão baiano é comercializado a R$ 2,50 a garrafa de 540 ml, e cerca de 20 kg de umbu geram até oito litros do suco.
Assim, uma saca de umbu gera uma renda de cerca de R$ 110,00, ou seja, até cinco vezes superior a comercialização do fruto in natura. Além disso, o suco, por exemplo, pode ser armazenado e comercializado em qualquer época do ano e não apenas na época da chuva (dezembro/março) como acontece com o fruto.
Este bom resultado, que requer um pequeno investimento para ser iniciado, tem atraído muitas associações de agricultores. O estudo feito pelas pesquisadoras Ana Cecília Poloni Rybka e Aline Camarão Telles Biasoto, juntamente com a professora Ana Julia de Brito Araújo, acrescenta informações que reforçam o potencial desse negócio.
Com base em amostras de sucos produzidos por diferentes famílias de agricultores, elas avaliaram a composição físico-química e fizeram testes de aceitação junto a consumidores de suco de umbu, no Laboratório de Processamento de Alimentos, da Embrapa Semiárido.
De acordo com Ana Cecília, as avaliações indicaram que os sucos são aceitos principalmente por sua aparência e aroma. Quando se trata do sabor, os resultados diferem: nas amostras onde a composição físico-química mostra melhor equilíbrio entre o gosto doce e o ácido, ou o teor de sólidos solúveis e a acidez, a bebida recebeu boa avaliação por parte dos consumidores. A maior parte deles, inclusive, manifestou interesse em adquirir um produto com essa qualidade se o encontrassem em pontos de venda como supermercado.
Porém, nos sucos onde os sólidos solúveis e a acidez não se mostraram equilibrados, os testes de consumo não apontaram preferência tão favorável. Para a pesquisadora da Embrapa dois fatores levaram a esse resultado.
Primeiro, por falta de padronização da matéria-prima utilizada: provavelmente, os frutos levados para o processamento se encontravam com variados pontos de maturação. Além disso a espécie tem uma população genética muito diversa que reflete em resultados como a variação de polifenóis encontrada nessa pesquisa: com índice de 27  a 36 .
Pode também ter contribuído para a diferença entre o sabor das amostras a falta de controle da temperatura de extração do suco. O equipamento comumente utilizado nas pequenas fábricas, chamado de “suqueira”, e o método de extração (arraste a vapor), não favorecem controlar a temperatura nem o volume de água agregado ao produto.
O umbuzeiro é espécie peculiar do semiárido brasileiro. O fruto tem sabor e aroma exóticos.  Evidenciados ao lado de compostos fenólicos antioxidantes, o suco adquire maior potencial de mercado. Desta forma, consideramos fundamental estabelecer critérios para a seleção de matéria prima e processamento do suco a fim de garantir a sua qualidade e ampliar sua comercialização, afirma Ana Cecília.
Contatos:
 
Ana Cecília Poloni Rybka – pesquisadora
ana.cecilia@cpatsa.embrapa.br
 
Aline Camarão Telles Biasoto – pesquisadora;
aline.biasoto@cpatsa.embrapa.br
 
Fernanda Birolo - Jornalista Embrapa Semiárido (MTb/AC 81)
fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro - Jornalista Embrapa Semiárido (MTb/BA 1127)
marcelrn@cpatsa.embrapa.br
 
Embrapa Semiárido – 87 3866 3734

Fonte : EMBRAPA

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