segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Como prevenir infestações de cupins

Por Beatriz Lazia

Cupins são insetos que podem causar sérios danos às plantas cultivadas e às construções

Mesmo quando o agricultor adota estratégias de prevenção de infestações de cupins, é necessário ficar atento a possíveis ocorrências destas
Para que o agricultor possa se prevenir das infestações de cupins, três estratégias básicas podem ser utilizadas: escape no tempo, barreiras físicas e barreiras químicas. O escape no tempo consiste em plantar a cultura em questão fora da época de maior ataque de cupins. Por exemplo, para o caso do eucalipto, uma técnica que tem sido usada com sucesso, em algumas regiões, é o plantio em época chuvosa.  Neste caso, mesmo havendo ataques de cupins, as mudas de eucalipto conseguem se recuperar com maior facilidade do que se o plantio fosse feito durante a época seca.
Com a utilização de barreiras físicas, várias soluções são possíveis, dependendo da situação específica. Para mudas de eucalipto, por exemplo, a melhor estratégia consiste no plantio em tubetes, usando viveiros suspensos. Desta forma, dificulta-se o contato dos cupins com as mudas, evitando-se o ataque, sem que seja preciso o uso de inseticidas.
Sabe-se também que os cupins não conseguem construir canais em solos que apresentem grãos de tamanho intermediário. Sendo assim, recomenda-se construir trincheiras em volta das construções e preenchê-las com areia peneirada. O tamanho dos grãos dependerá da espécie de cupins a ser eliminada e, para isso, é importante consultar um especialista.

Opcionalmente, pode-se usar barreiras químicas, que consistem em se aplicar inseticidas em torno da construção ou peça a ser protegida. Uma variante disso é o tratamento de madeiras, que consiste na impregnação profunda de peças de madeira com substâncias altamente tóxicas.
No entanto, mesmo quando o agricultor adota estratégias de prevenção de infestações de cupins, é necessário ficar atento a possíveis ocorrências destas. Este monitoramento é específico para cada situação. No caso de construções e madeiras, deve-se verificar periodicamente a presença de indícios, tais como: acúmulo de excrementos granulados, acúmulo de asas por ocasião das revoadas, galerias e túneis.
No caso de culturas agrícolas, deve-se fazer amostragem do solo, especialmente por ocasião do plantio, e, no caso de culturas perenes, em intervalos regulares de tempo. A amostragem do solo pode ser feita, simplesmente, perfurando-se o solo com um único golpe de enxadão, próximo às raízes da planta, e verificando se há ou não a presença de cupins.
Para grandes áreas, uma boa opção seria o uso de iscas para evitar gastos excessivos com mão de obra. As iscas podem ser confeccionadas de papelão corrugado, ou mesmo de rolos de papel higiênico. Dispõe-se as iscas sobre o solo na área a ser amostrada e, após uma ou duas semanas, avalia-se a infestação pelo percentual de iscas atacadas.
Além da amostragem direta dos cupins, é importante, para as culturas agrícolas, verificar os sintomas de ataque destes insetos às plantas. Pois eles se alimentam, basicamente, de celulose e o fazem construindo canais subterrâneos até a fonte de alimento. Assim, é de se esperar que o local mais provável do ataque de cupins seja na região das raízes das plantas.
Os cupins podem atacar o sistema radicular, comprometendo a capacidade da planta de absorver água e nutrientes. Assim, um sintoma típico de ataque de cupins é o amarelecimento e murchamento da planta. O problema é que este sintoma pode ser facilmente confundido com deficiência hídrica.



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