sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Alemães produzirão borracha de cana para carros no Brasil

Linha de produtos ecológicos começa ser produzida no Rio Grande do Sul em novembro deste ano, em parceria com a Braskem


por Globo Rural On-line
Divulgação/LanxessLinha de produção da borracha tradicional, em fábrica da Lanxess, será substituída por borracha verde de cana
A multinacional alemã Lanxess, que atua no setor químico produzindo borrachas derivadas de petróleo para a indústria automobilística, anunciou em São Paulo que, a partir de novembro, dará início a uma linha de produção de borrachas verdes, derivadas de cana-de-açúcar no Brasil. A empresa atuará em parceria com a Braskem no Rio Grande do Sul e, segundo Guenther Weymans, chefe da unidade de negócios de borracha da companhia, a meta é substituir toda a produção a base de petróleo pela borracha ecológica.

A borracha utilizada pela indústria automobilística é chamada de monômero propileno dieno (EPDM, em inglês), mas até hoje, nenhuma indústria conseguiu um produto que não fosse derivado do petróleo. A borracha verde anunciada pela Lanxess é inédita no mundo e, para produzi-la, a Lanxess utilizará o etileno obtido a partir da desidratação do etanol.

Weysman explicou que o produto é usado em mangueiras de motores, vedação de portas e vidros e nos limpadores de pára-brisas de veículos, mas que também tem aplicações nas áreas da construção civil, como fios elétricos e cabos que ficam expostos a natureza.

O executivo disse que a Braskem fornecerá o bioetileno e o produto será tranportado entre as duas fábricas através de tubulações, já que as duas plantas estão instaladas no mesmo município.

A Lanxess já produz 40 mil toneladas de borrachas derivadas de petróleo por ano no Brasil, mas quase metade da produção é exportada para os Estados Unidos e países da América do Sul. Weysman disse que a empresa estima produzir 10 mil toneladas por ano da borracha de cana e que a empresa já teria cerca de dois mil clientes interessados no produto sustentável, no entanto, os preços finais do produto ainda terão que ser negociados com a Braskem, pois são mais altos.

Mas o executivo não quis revelar qual a elevação de custo do produto ecológico, em relação ao derivado de petróleo. Weysman declarou apenas que a empresa está em negociação com a Braskem para reduzir o preço final e tornar a produção viável e que o investimento na nova linha de produção somou R$ 5 milhões.

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